Mulheres vítimas de violência podem fazer cirurgia plástica gratuita em MT

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Mulheres vítimas de violência podem fazer cirurgia plástica gratuita em MT

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Mulheres que sofreram algum tipo de violência e tiverem sequelas e cicatrizes no corpo poderão fazer cirurgia plástica gratuita na rede pública de saúde. Segundo a defensora pública Rosana Leite Antunes, a lei que dá direito a uma cirurgia reparadora foi sancionada e irá beneficiar as vítimas de qualquer forma de agressão, inclusive durante assalto.

“Essa lei [sancionada pela presidente Dilma Roussef (PT) em dezembro de 2015] veio para beneficiar mulheres que sofreram qualquer forma de violência. Ela pode buscar ajuda do poder público, dos centros médicos, conveniados ao SUS [Sistema Único de Saúde], informando que sofreu uma violência e reparar aquele ato devidamente comprovado através de boletim de ocorrência, laudo de exame de corpo de delito”, explicou.

Os hospitais que se negarem a fazer o procedimento poderão ser multados e penalizados. A cirurgia que pode reparar tanto as sequelas pelo corpo, quanto a cicatrização da marca gravada na memória. Esse é o caso de uma mulher que quis ser identificada e ficou com uma sequela na boca, após ser agredida pelo marido.

“Para mim vai mudar muita coisa. Estou com baixa autoestima. Vou ter mais coragem para sair na rua, olhar no espelho. Fiquei com uma lesão na boca, devido essa violência. Vai mudar para melhor”, disse a vítima.

Ela só teve coragem de denunciar o marido na segunda vez que foi agredida, quando ele arrancou um pedaço da bochecha dela com uma mordida. A agressão foi tão forte que ela levou 32 pontos, uma marca que pode apagar com a cirurgia plástica. O procedimento deverá ser feito em breve. Ela só conseguiu o atendimento pelo SUS depois de ter procurado a defensoria pública.

“Fiz um pedido administrativo que imediatamente foi atendido pelo hospital conveniado ao SUS também, mas foi prontamente atendido, independentemente de ação judicial”, explicou a defensora pública.

Outra mulher, que não quer ser identificada, disse que há dois anos levou um tiro do ex-namorado e ainda sofre com as sequelas deixadas pelo tiro. “Não imaginava isso, tanto que nem medo dele eu tinha. Ele sempre falava, mas achava que era da boca para fora. Nunca levei a sério mesmo isso”, falou.

A perna esquerda que foi baleada ficou com sequelas e as dificuldades do cotidiano são muitas. “Não consigo dobrar minha perna direito. Correr, eu não consigo. Não consigo andar rápido. Não aguento mais do que mais que meia hora, 40 minutos a pé”, disse.

De janeiro a novembro de 2015, foram registradas mais de cerca de 4,4 mil ocorrências desse tipo em Cuiabá. A maioria é de violência doméstica. Segundo a delegada Daniela Maidel, da Delegacia Especializada da Mulher, muitas mulheres agredidas deixam de denunciar.

"A questão cultural também precisa ser trabalhada na nossa sociedade. A tolerância, a violência contra a mulher, ainda é um obstáculo a ser derrubado. As pessoas toleram, tendem a considerar que isso é um assunto de família e não de polícia, que precisa ser combatido”, explicou.

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