BLACK FRIDAY: Fator Política é “pedra no sapato”, mas comércio de Rondonópolis projeta incremento nas vendas em 2022

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Assessoria CDL Rondonópolis

Rovena Rosa/Agência Brasil

BLACK FRIDAY: Fator Política é “pedra no sapato”, mas comércio de Rondonópolis projeta incremento nas vendas em 2022

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O comércio de Rondonópolis segue otimista, mas sem perder o “pé no chão” sobre as expectativas de vendas nesta Black Friday, marcada para o dia 25 de novembro. É o que mostra um levantamento feito pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) junto ao setor varejista local. O cenário de instabilidade após o resultado das eleições e as manifestações populares -especialmente em Mato Grosso-, somado ao momento de dificuldade dos consumidores no acesso ao crédito obrigou o empresariado a adotar como palavra-chave neste ano a “cautela”. Ainda assim, lojistas entrevistados elevaram as projeções de incremento de até 20% nas vendas em 2022, na comparação com a data no ano passado.

Boa parte do comércio local já se antecipou e fez da Black Friday um “esquenta” para a Copa do Mundo e para o Natal. “Aqui na loja aproveitamos para antecipar, até para uma campanha não atrapalhar a outra. Nossa loja já está cheia de produtos e promoções, além das condições de pagamento com prazo estendido. Neste ano, a Black é no final do mês, quando o comércio da uma desaquecida. Por isso, a aposta é que para quem se antecipou, o resultado vai ser positivo”, analisa um lojista entrevistado.

Outro lojista ouvido pela CDL, do ramo de móveis e eletrodomésticos, concorda: é preciso se antecipar para conseguir atrair os clientes. “Temos uma meta de incremento em 20%, e ainda querendo crescer mais. Ainda sentimos que o processo está ocorrendo timidamente e é fato que a questão política atrapalhou muito. A população está sem saber o que vai acontecer e, consequentemente, não vai entrar em conta. Mas estamos preparados e com promoções pensadas para esta data”, afirma.

No ramo de calçados e confecções, outra análise que considera o momento pós resultados das eleições. “O céu está bem nublado. As expectativas eram as melhores, mas este reflexo preocupa, sobretudo aqui em Mato Grosso, onde as manifestações são mais acentuadas. Isso também assusta os consumidores”, diz. “Mas é importante ter em mente que Black Friday e, especialmente neste ano, Copa do Mundo vão ajudar nesta reta final de ano. O verde e o amarelo já venderam muito e tende a ser assim, não por conta das eleições, mas, sim, pelo início dos jogos. Camisas, bandeiras, acessórios são produtos que certamente terão saída”, projeta.

“JUNTO E MISTURADO”

Para os lojistas, a “Black Friday neste ano tende a ser vigorosa que no ano passado porque os estoques estão mais abastecidos”, diz. Mas alerta: “Muita gente segue afetada, com dívidas, score baixo e isso eleva os juros”.

“Outro ponto é que vai ocorrer tudo junto e misturado, a Copa começa no dia 20 de novembro e vai até o dia 18 de dezembro. Isso pode ajudar, mas também atrapalhar o comércio. Estão previstos jogos do Brasil nos dias 2 e 10 de dezembro, datas importantes para as vendas que podem sair prejudicadas por conta dos horários especiais e diferenciados. As lojas vão parar, os consumidores vão para a frente da TV. Isso pode provocar um curto circuito no nosso planejamento”, afirma. Este lojista projeta um crescimento entre 5% a 8%, repondo o cenário de inflação.

Do ramo de presentes, lembranças e acessórios, oura lojistas entrevistada analisa: “A procura e a expectativa dos consumidores para a Copa do Mundo ainda está um pouco tímida. Nós vendemos muitos produtos em verde e amarelo, mas por conta das eleições e não dos jogos. Vamos acompanhar nos próximos dias”, diz. “Para nós, a Copa do Mundo é algo pontual. Por isso, temos trabalhado com promoções o ano todo. É claro que dá uma aquecida, mas a gente te que manter os pés no chão, tanto com os consumidores quanto com os fornecedores”, argumenta.

NACIONAL

De acordo com pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) em parceria com a Offerwise Pesquisas, 79% dos consumidores pretendem fazer compras na Black Friday, um aumento de 22 pontos percentuais em comparação ao ano passado.

De acordo com os consumidores, a principal razão para participar da Black Friday é a oportunidade de comprar algo que já estava precisando, porém a um preço mais baixo (72%). Em seguida está a vontade de antecipar as compras do Natal a preços mais acessíveis (36%).

A pesquisa aponta também um crescimento nos gastos dos consumidores que pretendem comprar este ano: 40% dos entrevistados almejam gastar mais nesta Black Friday, um aumento de 12 pontos percentuais a mais na comparação com 2021, especialmente os homens e das classes A/B. Enquanto isso, 22% pretendem ter o mesmo gasto e 31% querem reduzi-lo (sobretudo as mulheres e as classes C/D/E).

O levantamento aponta que a população está atenta às promoções: 91% dos entrevistados afirmam que pretendem fazer pesquisa de preço antes de comprar na Black Friday, especialmente para confirmar se os produtos estão realmente com um bom desconto (56%) e para escolher a loja com o melhor desconto (34%).

Os entrevistados ficam atentos às promoções uma vez que 37% começam a pesquisar os preços a menos de um mês do evento e 29% um mês antes.

A principal fonte de pesquisa são os canais online (91%), principalmente nos sites/aplicativos das lojas em que são clientes (54%) e em sites/aplicativos de comparação de preços/produtos (51%). 48% também fazem pesquisa offline, especialmente visitando lojas de rua (24%) e shopping (23%).

Em média, os consumidores esperam encontrar descontos de 39% nos produtos ofertados. Seis em cada dez se cadastraram ou pretendem se cadastrar em sites para receber as melhores ofertas com antecedência (58%).

Os produtos que os consumidores mais estão evitando comprar agora para poderem comprar na Black Friday são: artigos de vestuário (27%), eletrodomésticos (22%) e celulares/smartphones (18%).

A pesquisa aponta que os consumidores têm a intenção de adquirir em média 3,4 produtos durante a Black Friday.  Cada consumidor deve gastar, em média, R$ 1.161 com as compras durante a promoção. Os produtos mais desejados pelos consumidores são: roupas (41%), calçados (37%), eletrodomésticos (25%), eletrônicos (24%) e cosméticos/perfumes (23%).  Artigos para casa e celular também possuem destaque, com 21% de respostas.

As principais formas de pagamento pretendidas são: cartão de crédito parcelado (47%), PIX (45%) e cartão de débito (32%). 78% das compras devem ser à vista e 54% parceladas, sendo a quantidade média de 6 prestações.

A pesquisa também investigou os locais que os consumidores devem fazer as compras. As lojas online (81%) mantêm a preferência dos consumidores, sobretudo nos sites/aplicativos de varejistas nacionais (55%) e internacionais (37%). Apesar do destaque no meio online, uma parcela considerável dos entrevistados afirma que pretende comprar em lojas físicas (50%), especialmente no shopping center (30%) e nas lojas de rua (21%).

A escolha do local de compra é feita levando em conta: o melhor preço após pesquisa (41%); dar preferência a lojas em que já são clientes (40%); e lojas com frete grátis (36%).

De acordo com o levantamento, a maioria pretende comprar no dia do evento (47%), enquanto 24% vão antecipar para a primeira quinzena de novembro e 15% na semana da Black Friday.

Os consumidores ficarão conectados e atentos às promoções no dia da Black Friday, uma vez que 17% vão madrugar na porta das lojas para garantir a compra dos produtos, 41% planejam passar a madrugada na internet para não perder as ofertas dos produtos desejados e 60% pretendem se manter conectados durante o trabalho para aproveitar as melhores ofertas.

O consumidor deve se manter atento para evitar endividamentos. De acordo com a pesquisa, 24% admitem que costumam gastar mais do que podem no evento e 10% ficaram com o nome sujo devido as compras realizadas na edição do ano passado.

Outro dado que merece destaque aponta que 22% dos consumidores que pretendem comprar na Black Friday possuem contas com pagamento atrasado e 7% pretendem deixar de pagar alguma conta para comprar.

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