Após votar contra o governo, PSB diz que tem ‘obrigação’ de apoiar Lula

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Ricardo Stuckert/PR

Após votar contra o governo, PSB diz que tem ‘obrigação’ de apoiar Lula

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Dirigentes do PSB prometeram nesta quarta-feira (10) seguir as orientações do governo em votações no Congresso Nacional. A medida ocorre depois de o partido ter contribuído com derrotas para a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao longo da semana passada.

Líderes da legenda tiveram uma reunião com ministros do governo e afirmaram que o PSB tem obrigação de apoiar Lula no parlamento. Na última semana, uma parte dos deputados da agremiação foi a favor de um projeto que derrubou decretos de Lula que alteraram o marco do saneamento. Os dirigentes da sigla, contudo, dizem que isso é passado.

“Foi um episódio excepcional, que já passou, e vamos em frente. O compromisso do PSB é indiscutível. Temos o vice-presidente da República [Geraldo Alckmin, que é filado ao PSB] e não temos outra alternativa: precisamos ajudar o governo a dar certo. É nossa obrigação, nós não estamos fazendo nenhum favor. A nossa obrigação é apoiar permanentemente o governo”, afirmou o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira.

Atualmente, o PSB integra um bloco na Câmara ao lado de outros oito partidos (União Brasil, PP, PSDB, Cidadania, PDT, Avante, Solidariedade e Patriota). Na votação sobre os decretos de Lula, boa parte desses partidos votou para anular os atos assinados pelo presidente. Os líderes do PSB, no entanto, prometeram que a partir de agora vão seguir a orientação do governo, e não a do bloco.

“O bloco é heterogêneo. Evidentemente que cada partido tem a sua autonomia e pode decidir como votar. E o nosso tem uma posição clara, que é de apoio ao governo. Eu acho que nossa posição deve ser apoiar integralmente o governo”, frisou Siqueira.

“O PSB vai estar com o governo. Nós somos governo. Literalmente, governo. Isso é algo pontual, que já foi superado e conversado. Nós vamos ter, diante do governo Lula, erros e acertos. Mas sobre isso, é algo que estamos muito seguros”, acrescentou o líder do PSB na Câmara, Felipe Carreras (PSB-PE).

A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), também participou da reunião do PSB com ministros do governo. Ela cobrou que o PSB vote de acordo com os interesses do Executivo, e não segundo a orientação do bloco. “O que eu deixei claro é que não pode ter uma opção entre governo e bloco. É governo ou é governo.

O governo decidiu convocar reuniões com dirigentes partidários após ter sofrido derrotas em importantes votações no Congresso, como a que derrubou mudanças promovidas pelo petista no marco do saneamento básico, além da retirada de pauta do projeto de lei das Fake News.

Alé dos dirigentes do PSB, o Executivo vai ouvir políticos de MDB, PSD e União Brasil. Essas quatro agremiações comandam, juntas, 12 ministérios. Apesar do espaço no governo, as legendas não têm seguido a orientação do Executivo nas votações no Parlamento.

Na semana passada, durante a análise de um projeto na Câmara para sustar o decreto de Lula que modificou o marco do saneamento básico, dos 131 deputados que fazem parte desses partidos, 102 foram a favor de anular o ato assinado pelo presidente.

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