Ministério descarta corrupção de servidores na fuga de Mossoró, mas admite falhas de segurança

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Ministério descarta corrupção de servidores na fuga de Mossoró, mas admite falhas de segurança

Foram instaurados processos disciplinares envolvendo 10 servidores; outros 17 assinarão termos de ajustamento de conduta

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O Ministério da Justiça afirmou nesta terça-feira (2) que não há indícios de corrupção envolvendo servidores da Penitenciária Federal de Mossoró, de onde escaparam dois detentos há 49 dias. Em nota divulgada à imprensa, a pasta admite que houve falhas nos procedimentos carcerários de segurança.

Segundo o comunicado, foram instaurados três processos administrativos disciplinares envolvendo dez servidores. Outros 17 servidores assinarão termos de ajustamento de conduta, se comprometendo com uma série de medidas, como não cometer as mesmas infrações e passar por cursos de reciclagem.

A corregedora-geral, Marlene Rosa, determinou a abertura de uma nova investigação apurar as causas da fuga, “com foco nos problemas estruturais da unidade federal”. 

Em 18 de fevereiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu que pode ter havido algum tipo de “relaxamento” para facilitar a fuga. “Queremos saber como estes cidadãos cavaram um buraco e ninguém viu”, disse. A declaração de Lula foi feita em entrevista após participar da 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana, em Adis Adeba, capital da Etiópia. 

Especialistas em segurança pública ouvidos pelo R7 afirmaram que os dois fugitivos tiveram algum tipo de apoio. Para Antônio Testa, há indícios de que houve conivência de pessoas de dentro do sistema prisional para a fuga. “Certamente, os fugitivos tiveram algum tipo de apoio. Nesses casos, a logística é fundamental. Todas as análises que fizemos indicam que aquela fuga seria muito difícil sem a conivência de quem quer que seja. Como conseguiram sincronizar a fuga e sair tranquilamente?”, indagou. “Em teoria, eles estavam incomunicáveis. Então, para eles organizarem uma fuga, eles teriam que ter se comunicado com alguém”, acrescentou.

O governo federal gastou R$ 2,5 milhões com a operação que busca os detentos Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça. O valor foi obtido pelo R7 via Lei de Acesso à Informação. 

De acordo com o Executivo, do dia da fuga até 27 de março houve um gasto de R$ 2.491.911,78. Esse valor é referente a despesas da Força Nacional de Segurança Pública, da Polícia Federal, da Diretoria do Sistema Penitenciário Federal e da Coordenação-Geral de Operações Integradas e Combate ao Crime Organizado. O custo da operação pode ser ainda maior, pois não foi informado quanto a Polícia Rodoviária Federal gastou nas buscas.

O maior custo foi da Força Nacional, que gastou R$ 1.245.549,21 entre 20 de fevereiro e 21 de março. Desse valor, R$ 1.026.188,75 foram com diárias de agentes e R$ 103.914,44 com o plano de saúde dos membros da Força Nacional que participaram da missão. O órgão pagou R$ 115.446,02 em serviços de manutenção e abastecimento das viaturas empregadas na operação.

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