Justiça defere RJ do Grupo Konageski com dívidas de R$ 45 milhões

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Justiça defere RJ do Grupo Konageski com dívidas de R$ 45 milhões

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Com passagens pelos municípios de Diamantino, Poxoréu e Primavera do Leste, o Grupo Konageski teve seu pedido de recuperação judicial deferido pelo juiz Renan Carlos Leão Pereira do Nascimento, da 4ª Vara Cível de Rondonópolis. Formado pelos produtores rurais Cassemiro Konageski (pai), Marcelo André Konageski (filho), Jessica Carolina Konageski (filha), o grupo que cultiva milho e soja teve seu pedido de recuperação judicial aceito para negociar um passivo de mais de R$ 45 milhões.

De acordo com advogada Noíse Vieira Braz, da ERS Advocacia, responsável pela recuperação judicial do Grupo, a baixa produtividade das safras causadas por pragas como a ferrugem asiática e a mosca branca, além da forte estiagem, contribuíram para o endividamento da empresa. Além disso, duas invasões de propriedades do Grupo Konageski, uma delas em Primavera do Leste, que ficou conhecida como a maior da história, causaram ainda mais prejuízos a empresa.

“O produtor rural tem sua empresa a céu aberto, à mercê de intempéries climáticas, surgimento de pragas e doenças a qual não tem controle e que afetam diretamente seu negócio, e nesse caso, até a ação ilegal de invasão de terras afetaram as finanças do grupo. A parte econômico-financeira também foi afetada pelo alto custo para produzir e os altos juros para financiar a produção, fatos que contribuíram para o endividamento e consequentemente a necessidade de uma recuperação judicial”, ponderou.

No pedido o grupo revelou que pretende negociar o passivo junto aos credores e reduzir o pagamento de juros, o que possibilitará o crescimento da empresa, a manutenção dos empregos existentes e a geração de novas vagas de trabalho. “Uma atividade praticada há quase quatro décadas já provou que possui viabilidade econômica, e com a recuperação judicial será possível recuperar a saúde financeira, e capaz de manter empregos e continuar a gerar renda na região”, defendeu Noíse.

Em sua decisão o magistrado destacou que a recuperação judicial é instrumento legal destinado à superação da crise econômica da atividade empresarial sustentável.

“Norteada pelo princípio maioral da preservação da empresa economicamente viável, onde o valor primordial a que se deve dar guarida é o interesse da ordem econômica geral, sobreposto aos interesses particulares do próprio empresário ou de seus credores. Por todo o exposto, e pelo forte indício do comprometimento dos requerentes e do interesse na preservação de seus negócios, defiro o processamento da recuperação judicial do Grupo Konageski”.

Com o deferimento do pedido, deverão os devedores apresentar, em 60 (sessenta) dias, um plano de recuperação judicial único, sob pena de convolação em falência.

Histórico e crise

Vindo do Rio Grande do Sul, Cassemiro Konageski chegou em Mato Grosso em 1986, e arrendou 400 hectares de terra em Diamantino. Mais tarde comprou 618 hectares em Primavera do Leste. E formou o grupo que leva nome da família.

Em 1998, por conta de dificuldades econômicas o grupo decidiu entregar uma parte, de 90 hectares, da Fazenda Ilha Grande, para quitar três anos de arrendamentos atrasados. Em 2000, vendeu a fazenda Daniela I para pagar o financiamento no Banco Bradesco, e a fazenda Daniela II para pagar a Cooperativa de Crédito Primacredi.

Em 2002, sem qualquer previsão de melhora no cenário e de mãos atadas pela ausência de crédito no mercado, o grupo entendeu que a única saída era vender parte da fazenda Ilha Grande.

Em 2003 arrendou uma área de cerca 550 hectares em Poxoréo. No entanto as safras foram afetadas pela Ferrugem Asiática.

Já em 2016, o Grupo Konageski enfrentou a pior estiagem da história do milho safrinha no Mato Grosso, Durante a safrinha de milho de 2022 mais uma severa estiagem assolou a região de plantio. Diante de anos de prejuízo os empresários buscam reestruturação financeira por meio da RJ.

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