Fazendeiro que teria espalhado boato de ataque de onça é preso por morte de trabalhador em MT

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Foto: PJC/MT

Fazendeiro que teria espalhado boato de ataque de onça é preso por morte de trabalhador em MT

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A Polícia Civil prendeu ontem (27) o dono da fazenda onde Dinalto Machado Lopes, de 52 anos, trabalhava. O corpo de Dinalto foi encontrado na quarta-feira (24), na Comunidade Pontal do Borges, zona rural de Tapurah, a 414 km de Cuiabá, e o principal suspeito do crime é o próprio dono da propriedade, de 56 anos.

A suspeita inicial, segundo informações da Polícia Civil, é que Dinalto teria sido atacado por uma onça, quando consertava uma cerca da fazenda onde trabalhava. Conforme o delegado Artur Almeida, quem teria espalhado o boato do ataque de onça foi o dono da fazenda.

Ontem (27) a Polícia Civil cumpriu três mandados de busca domiciliar e um de prisão temporária, contra o dono da fazenda.

Investigação

O proprietário da fazenda afirmou que no dia do fato, a vítima foi encarregada de consertar uma cerca na propriedade. Aproximadamente duas horas depois, a esposa da vítima percebeu a ausência dele e perguntou ao suspeito onde a vítima estava.

A esposa de Dinalto informou que momentos depois, o dono da fazenda passou a gritar que a vítima estava morta e que tinha lesões que eram de ataque de onça, baseando-se nos ferimentos e na suposta trilha deixada pelo animal.

Porém, a perícia oficial apresentou conclusões do exame de necropsia e do local que eram diferentes da versão apresentada pelo suspeito.

As lesões encontradas no corpo da vítima foram consideradas incompatíveis com o ataque de onça, indicando cortes e perfurações por tiro.

Após a perícia, a Politec (Perícia Oficial e Identificação Técnica) descartou que o trabalhador tenha morrido por um ataque de onça. No corpo de Dinalto Machado Lopes foi identificado lesões de facadas e tiros. 

Além disso, durante a análise da cena do suposto ataque foram descobertas cápsulas de munições deflagradas, em um local próximo à sede da fazenda, a aproximadamente 260 metros de distância.

Com essa descoberta, a Polícia Civil afirma que foram levantadas as suspeitas sobre a versão apresentada pelo suspeito, sugerindo que o incidente se tratou de um homicídio disfarçado.

Diante das evidências coletadas, a Polícia Civil representou pelos mandados de prisão temporária e de buscas. Em uma das residências do investigado foram apreendidas três armas de fogo e diversas munições.

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