Em entrevista à TV Assembleia Legislativa (Canal 30), no Programa Entrevista Coletiva, o deputado Wilson Santos (PSDB) apresentou um breve histórico da capital mato-grossense, destacando sua interpretação da “Cuiabá que queremos”, em alusão aos 297 anos do município comemorados nesta sexta-feira (8 de abril).
“Nessa data especial, quando Cuiabá completa 297 anos, temos essa Cuiabá em transformação permanente, de transformação. Essa Cuiabá de quase 600 mil habitantes é uma cidade que procura incessantemente qualidade de vida, que está se preparando para ser a grande transformadora, industrializadora da nossa gigantesca produção primária. É uma cidade que se consolidou como um polo universitário, um polo fornecedor de saúde pública, privada, educação, e uma cidade que ainda tem grandes demandas, porque durante décadas, e vou até mais longe, durante séculos, Cuiabá foi uma cidade-estado, principalmente para receber demandas do estado inteiro. Ficamos isolados durante quase 200 anos, não tínhamos ligação rodoviária, ferroviária e nem aérea com o Rio de Janeiro. Toda a nossa ligação com o RJ era feita pelo rio, pelo mar, levava-se cerca de três meses para fazer essa ligação com o RJ”, lembrou.
Como é a Cuiabá de hoje?
“É uma cidade que tem pontos de primeiro mundo, e ainda tem ilhas de pobreza, de miséria. Uma cidade que tem parte do seu patrimônio histórico preservada. Mas se tem parte desse patrimônio em deterioração, em estado precário. E precisa do apoio dos governos estadual e federal, para que possa em cerca de 10 a 20 anos, saldar esse débito enorme com a sua infraestrutura e social. Mas é uma cidade com maior IDH do estado. Nós, na gestão do prefeito Roberto França e também na minha (prefeito 2004/2010), conseguimos juntos um fato histórico, ultrapassamos o IDH de Campo Grande, e hoje temos melhor qualidade de vida do que Campo Grande. Cuiabá está entre as 100 melhores cidades do Brasil para se viver. É uma cidade que está de portas abertas, que tem um traço cultural único, específico, exclusivo. Tem uma gente cuja principal qualidade é a sua capacidade de receber a todos, a sua hospitalidade, a sua generosidade, o seu coração. E como diz o ditado, quem come cabeça de pacú não sai daqui”.
Planejamento
“Cuiabá sempre foi uma cidade sem planejamento. Na minha gestão iniciamos discutir o planejamento. Mas infelizmente, depois que deixei a prefeitura, esse trabalho foi engavetado. Mas chegaremos aos 300 anos, com algo parecido com o que está. É pouco tempo para mudar o que está. Deveriam fazer, a prefeitura e o estado, uma discussão envolvendo todas as representações da sociedade, uma comissão técnica, para fazer um levantamento do perfil socioeconômico, porque na minha gestão e na do Roberto França fizemos quatro, e não foi mais feito. Um perfil socioeconômico para que se planeje Cuiabá”.
Redescobrindo o Coxipó do Ouro
“Coxipó do Ouro foi onde nasceu Cuiabá. Quando os portugueses chegaram em busca de índios, e as informações levavam à região do Coxipó do Ouro, e quando chegaram ali, se estabeleceram aí, tiveram confrontos e houve perdas de ambos os lados, e descobriu-se o ouro ali, e ficaram por aproximadamente três anos. E deslocou o povoamento para as margens do córrego da Prainha. Então Cuiabá nasceu onde é a Vila do Coxipó do Ouro, e quando Miguel Sutil descobriu as lavras de Sutil. E o distrito do Coxipó do Ouro estava esquecido. Então para lembrarmos do berço de Cuiabá, a origem, a gênesis de Cuiabá, do estado, então propusemos uma audiência pública, muito importante. Ouvimos não só a comunidade do Coxipó, como mais 12 comunidades circunvizinhas, e levantamos as demandas e vamos encaminhar os pleitos essas comunidades que compõem o Distrito do Coxipó do Ouro, onde tudo começou”, mencionou em referência aos debates sobre políticas públicas para o distrito do Coxipó do Ouro, que congrega 13 comunidades.
Que Cuiabá queremos?
“Eu quero uma possa ficar próxima desse porte. Que possamos estabelecer o saneamento básico, a saúde, a educação, a segurança. Que aumentemos o número de árvores, de metro quadrado verde por habitante. Que possamos mirar essas metas, e todos que tiverem o privilégio de morar em Cuiabá, independente da atividade, possa trabalhar nesse único sentido. Buscamos a qualidade de vida. Que o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) avance mais. Que seja uma cidade com mais parques, com área verde, que a educação seja meta prioritária”.
