Na Sessão Ordinária desta quarta-feira (2/2) da Câmara Municipal de Rondonópolis foi votado o Projeto de Lei de autoria do Vereador Dr. José Felipe que dispõe sobre instituir a política pública de bem-estar animal através do programa para o tratamento de Leishmaniose Visceral Canina no município.
A Leishmaniose Visceral Canina (LVC) é uma grave zoonose transmitida pelo “mosquito palha” e causada pelo protozoário Leishnmania Chagase, que pode atingir tanto o ser humano quanto os animais, em especial os cães.
Graças aos avanços da ciência, a doença não é considerada uma patologia sem solução. Foi comprovado, em pesquisa, que através da eutanásia não houve diminuição da doença no país, e há tratamento através de medicamentos específicos, porém, muitas pessoas desconhecem essa informação. Em nosso município já ocorre o tratamento de leishmaniose canina há 3 anos nas clínicas privadas, porém as famílias de baixa renda não tem condições de arcar com consulta veterinária e com o tratamento, tendo como única opção sacrificá-lo ou abandoná-lo.
A grande maioria das pessoas tem os animais como parte da família e, consequentemente, não notificam e não tratam seus animais, colocando em risco a vida das famílias e dos moradores de sua região, perpetuando a transmissão.
O vereador Dr. José Felipe se reuniu com o Jailton Nogueira, coordenador do Centro de Zoonoses, e com o médico veterinário Érico Moraes para discutirem sobre o tema. O Projeto foi elaborado e apresentado ao prefeito José Carlos do Pátio, grande defensor da causa animal, sendo aprovado agora pelos vereadores na Sessão desta quarta-feira, e segue para ser sancionado pelo prefeito nesta semana. Rondonópolis pode ser o primeiro município do país a implantar a política pública de bem-estar animal com o tratamento de leishmaniose visceral canina.
O Projeto dá a oportunidade do tutor tratar o seu animal e não sacrificá-lo. Como médico, o vereador vê o Projeto de Lei com o objetivo de combater a subnotificação, a interrupção do contágio da doença e promover valorização da vida animal. No município atualmente há notificação de 31.707 animais infectados com leishmaniose, porém, o número deve ser ainda maior em decorrência das subnotificações.
