Primeira edição do Chamada de Impacto deixa como legado otimismo, foco e capacitação em Várzea Grade

Secom/VG

Secom/VG

Primeira edição do Chamada de Impacto deixa como legado otimismo, foco e capacitação em Várzea Grade

O time de empreendedores está reforçado em Várzea Grande. Cinquenta e três profissionais de diversos segmentos da economia local foram certificados dentro do programa ‘Chamada de Impacto’, uma capacitação de 12 semanas voltada para estruturação de empresas, organização das questões financeiras, aplicação de estratégias de marketing e vendas. Todo o curso teve como objetivo preparar o empreendedor, independentemente do seu porte ou perfil, para o mundo dos negócios, para profissionalização e perpetuação do seu negócio.

No último dia 29, esses 53 empreendedores, que passaram pela imersão dos últimos três meses, participaram da solenidade de formatura na sede da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Turismo (SMDETT), localizada no 2º piso do Várzea Grande Shopping. A capacitação foi uma realização do Sebrae Mato Grosso, que utiliza a metodologia do Impact Hub Floripa – empresa nacional especializada em educação empreendedora – com apoio da prefeitura, por meio da secretaria.

Os empreendedores de Várzea Grande se dedicaram e estudaram. Boa parte dos empreendedores que buscou a imersão é de Várzea Grande e atua em segmentos voltados à alimentação, como produção de salgados, pizzas, doces, refeições e têm como perfil serem pequenas empresas. Mas entre os participantes há empresas do ramo de assistência técnica em celulares, costura, revenda de produtos e artesanato.

A busca por conhecimento é uma forma de evolução constante, como definiu o ‘formando’ Edson Luiz Maia, da Nono Maia Alimentos. Entre os colegas de capacitação, Edson deve ser aquele que tem um negócio próprio há mais tempo, desde 2017, mas nem por isso as dúvidas, incertezas e até desconhecimentos de algumas informações importantes para viabilização do negócio próprio eram diferentes dos colegas menos experientes. De microempreendedor individual (MEI) ele já passou para microempresário e ainda assim afirma que a imersão mudou completamente seu entendimento e suas atitudes. “A questão financeira é algo que confunde a todos. Independentemente do negócio, do tamanho dele e do tempo de vida que tenha, é preciso diferenciar recursos pessoais do negócio. Ter uma empresa legalmente constituída faz toda a diferença”, reforça.

Abrir o próprio negócio foi uma opção, mas Edson lembra os problemas, as restrições no CPF e de um tempo de muitas dificuldades. Hoje, oferta subprodutos de suínos, como banha e torresmo, itens que já ganham as gôndolas dos mercados, inclusive de algumas redes locais, e que não atende à demanda. “São dois mil quilos mês de cada produto e ainda tenho mercado consumidor para atender, expandir”. Toda produção tem o selo de inspeção municipal, o SIM e o próximo passo é conquistar a certificação estadual, o SISE, e atender consumidores de outras cidades de Mato Grosso. “Em função do SIM, nossa produção fica dentro de Várzea Grande. Para esta nova etapa penso em buscar crédito para compra de maquinário e com certeza vou contratar pessoas. Hoje, além da família envolvida, gero um emprego”.

Ainda segundo Edson, a expansão dos produtos e a tomada de crédito, não faziam parte do planejamento da empresa. “Vieram após a capacitação, onde entre conhecimentos e aprendizado, ganhei otimismo e percebi o quão importante é olhar adiante e se planejar para novas metas e conquistas”.

Para Grazielly Monteiro, da GG Temperos Artesanais, empreender não foi lá sua primeira alternativa, e sim, uma válvula de escape para um período conturbado da Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional. A necessidade de gerar renda a levou para um nicho de mercado que hoje é também uma terapia: o preparo de temperos de forma artesanal, sem químicos e que como ela mesma garante, tornam a comida muito mais saborosa.

“Há um ano e quatro meses comecei o preparo e comercialização dos temperos, eram apenas três tipos, o tradicional, o verde e o salada. Com a evolução dos negócios busquei inovações como tempero vermelho, o GG bacon, o sal rosa temperado e os sais de parrilla artesanal. É uma caminhada difícil, mas em evolução”.

Dentro da capacitação, Grazielly reforçou seu entendimento em relação à formalização do negócio, e em especial, conhecer melhor a formação de preços, a precificação do seu produto. “Afinal, é dessa etapa que vem a viabilidade do negócio”.

Como pontua o secretário Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Turismo, Charles Caetano Rosa, o programa de capacitação “Chamada de Impacto” foi totalmente gratuito e colocou Várzea Grande dentro do circuito de ações do Sebrae. “Foram três meses de ensino e aprendizagem totalmente voltados aos empreendedores e microempreendedores em busca de melhores resultados de suas empresas. Nossa intenção é ampliar essa parceria com o Sebrae para 2023 e atender toda uma demanda reprimida por conhecimento que existe entre os empreendedores várzea-grandenses”.

E espaço para crescer é o que falta em Várzea Grande. Durante a solenidade de formatura, o secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Turismo de Várzea Grande, Denival Bitencourt, anunciou novidades para 2023. “Ainda dentro do primeiro semestre do próximo ano, a concessionária do aeroporto, a Concessionária Centro-Oeste Airports (COA), estará concluindo um investimento de R$ 350 milhões que vai reestruturar e automatizar o nosso aeroporto. Além disso, também há previsão de que em junho seja entregue o Parque Tecnológico, uma obra do governo do Estado, que vai transformar nossa cidade em um porto de inovação e aporte de negócios. Somente nessas duas frentes de obras vocês conseguem ter noção do quanto nossa cidade evoluiu, atrai investimentos e se desenvolve. Oportunidade para empreender, abrir novos negócios não vão faltar. Ainda bem que tivemos as salas de aulas cheias durante a capacitação, sinal que muito conteúdo foi partilhado e se chegamos até aqui, é porque o conhecimento foi adquirido”. 

Como reforçou o secretário Charles, todos os novos negócios e as possibilidades de expansão do que já está estabelecido, estão em linha com o foco da gestão do prefeito Kalil Baracat. “Várzea Grande terá, a partir de 2023, seu potencial e sua aptidão para ser berço da prestação de serviços e polo de novos negócios potencializados. Felizmente estamos podendo capacitar nossos empreendedores”.

CHAMADA DE IMPACTO–O gerente de Conexão Institucional do Sebrae/MT, Sandro Carvalho, foi taxativo ao dizer o significado da capacitação: “O Chamada de Impacto é de fato para impactar, desde o desenvolvimento econômico local até impactar a vida dos empreendedores, da sua família, do seu negócio. Estamos aqui para mostrar que o empresário vai cair sim, mas ensinar que ele tem de se levantar, arriscar e recomeçar”.

Para além disso é preciso entender a importância da formalização do negócio. “Primeiro pode ter acesso ao crédito mais barato e buscar ajuda para crescer. Depois, esse negócio legalizado pode ser tornar um fornecedor aqui mesmo da prefeitura de Várzea Grande. Todos os meses inúmeros produtos são comprados pelo Município e existe uma lei que dá preferência de compra para micro e pequenas empresas. Esse conhecimento, apoio e incentivo é que o Sebrae leva aos empreendedores. Hoje vocês 53, 53 empresas impactadas que agora sabem que devem pedir ajuda, que tem condições de crescer e vão buscar melhorar sempre”. Ainda em sua fala, Carvalho disse ter certeza que toda capacitação já impactou no comportamento dos empreendedores. “Não é preço. É valor. O que se entrega ao cliente é valor. Tenho certeza de que vocês aprenderam a entregar valor e fico feliz pela parceria com a prefeitura de Várzea Grande. Confiaram na nossa proposta e vieram fazer parte dessa conquista”.

Cristiane Furlanetti, analista da Impact Hub, destacou que entre as cidades já atendidas pelo Chamada de Impacto, em Mato Grosso, Várzea Grande foi a que registrou a menor desistência ao longo do curso. “Isso demonstra o quanto eles se dedicaram e buscaram conhecimento. E nossa missão é justamente desenvolver os empreendedores”.

Ainda segundo ela, o módulo que mais foi comentado e demandado pelos participantes foi justamente o de finanças. “É preciso planejamento e separar as contas bancária da pessoa física da pessoa jurídica”.  Para ampliação do conhecimento, foram realizadas diversas mentorias individuais e de fato as mais buscadas, em Várzea Grande, foram para falar de finanças, planejamento e precificação.

Rosiane Kochhan, analista do Sebrae/MT, destaca que o Chamada de Impacto fomenta o empreendedorismo justamente por resgatar a “autoestima do empresário”. O que há na verdade, como ela explica, “é uma transformação do modelo mental. Eles passam a se reconhecer como empreendedor, empresário”, independentemente de ser ainda um negócio de fundo de quintal ou já constituído.

Como pontua Denival, os empresários de modo geral sabem produzir, até vender, mas não sabem ganhar dinheiro, fazer o negócio rentável, “e é aqui que entram as capacitações”.

Na última sexta-feira (25), os empreendedores tiveram a prova final do curso, foram protagonistas de uma Feira de Negócios onde puderam expor e comercializar produtos e serviços. “Na prática colocaram em seus produtos e serviços tudo que aprenderam em Gestão, Finanças, Marketing e Vendas, os quatro temas da capacitação. Tiveram contato direto com o consumidor e puderam pôr em prática os novos conhecimentos”

Confira mais fotos

+ Acessados

Veja Também