Prazo para aderir à Campanha Nacional de Hanseníase termina em 30 de novembro

Redação PH

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prazo para aderir à campanha nacional de hanseníase termina em 30 de novembro

Prazo para aderir à Campanha Nacional de Hanseníase termina em 30 de novembro

Os municípios mato-grossenses têm até o dia 30 de novembro para aderir à 5ª Campanha Nacional e Hanseníase. De acordo com a Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde (SES), não há previsão de prorrogação do prazo, que começou em outubro.

O público alvo da campanha são os estudantes de 5 a 14 anos das escolas públicas, destaca Regina Mary da Silva Nascimento, do Programa Estadual de Controle da Hanseníase. “Por isso é importante o maior número de adesão de municípios, mesmo sendo listados pelo Ministério da Saúde somente 69 municípios para a campanha deste ano em Mato Grosso”, ressaltou. O formulário eletrônico para adesão está disponível no link:http://formus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=32419

A estratégia de realizar a campanha no ambiente escolar, já utilizada e comprovada internacionalmente, reduz os custos do tratamento e potencializa os resultados da intervenção, porque proporciona a oportunidade de atingir o maior número de escolares, em razão da agregação de crianças e adolescentes nesse ambiente.

A quarta edição da Campanha, iniciada em 2016 e finalizada em maio de 2017, teve participação de 2.403 municípios no Brasil, sendo 64 em Mato Grosso. Cerca de 6 milhões de estudantes participaram, sendo diagnosticados 157 casos da doença e outros 23 entre os contatos. De acordo com os dados do Ministério da Saúde, ainda 4,9 milhões de escolares receberam a profilaxia para a verminose e 22.084 casos foram confirmados como positivo para tracoma e outros 381 para esquistossomose.

Em Mato Grosso, a campanha conta com a parceria entre a Secretaria de Estado de Saúde e a Secretaria de Estado de Educação. As duas áreas vão trabalhar com equipes que já desenvolvem o Programa Estadual de Controle da Hanseníase e o Programa Saúde na Escola. Para isso, foi criado um Grupo de Trabalho Inter setorial Estadual

Nas escolas, os técnicos da área da saúde vão identificar casos suspeitos de hanseníase por meio do “método espelho” (utilização de ficha de autoimagem) e referenciar à rede básica de saúde para confirmação diagnóstica e tratamento. A meta é investigar sinais e sintomas da hanseníase em, no mínimo, 75% dos jovens.

Em relação a tracoma, a meta é examinar e tratar, no mínimo, 80% dos escolares. E para a verminose ou geo-helmintíase a meta é tratar no mínimo 85% dos estudantes.

As ações previstas na campanha nacional deverão ser realizadas no primeiro semestre do ano letivo de 2018.

Campanha

A Campanha Nacional de Hanseníase, Verminoses, Tracoma e Esquistossomose é uma importante ação estratégica de vigilância, proposta pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde – SVS/MS, realizada por meio de uma abordagem integrada. Objetiva reduzir a carga parasitária de geo-helmintos, identificar casos suspeitos de hanseníase e encaminhar os casos e seus contatos positivos para tratamento, identificar e tratar casos de tracoma, e de esquistossomose na população de escolares.

O Ministério da Saúde, com o apoio técnico dos Estados e municípios selecionou os municípios com alta carga de doença (indicadores epidemiológicos), com populações em situação de pobreza, baixo Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) e com base nos dados de saneamento e condições de vida (destino do esgoto, disponibilidade de água tratada, destino do lixo).

Hanseníase

Hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, causada por um bacilo capaz de infectar grande número de indivíduos, embora poucos adoeçam. Mesmo caracterizando-se pelo seu alto poder incapacitante, motivo histórico de estigma e exclusão, a doença tem tratamento e cura. Por isso, a estratégia para redução da carga de hanseníase baseia-se essencialmente na busca ativa de casos novos para a detecção precoce, prevenindo as incapacidades decorrentes do diagnóstico tardio, e na cura dos casos diagnosticados.

Apesar dos esforços promovidos pelo governo brasileiro para o controle da doença nos últimos anos, casos em menores de 15 anos ainda são diagnosticados no país, sinalizando focos de infecção ativos e transmissão recente da doença. Em 2016, o número de casos novos diagnosticados nessa faixa etária foi de 1.696 (7% do total de casos novos do país).

Em adultos, o Boletim Mundial Epidemiológico sobre a doença, publicado em setembro de 2017 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), informa que 143 países e territórios reportaram casos da doença em 2016. O Brasil ocupou a segunda posição com 25.218 (11,7%), atrás apenas da Índia com 135.485 (63%) do total de casos novos.

Verminoses

Também conhecido como geo-helmintíases constituem um grupo de doenças parasitárias intestinais. Estima-se que a prevalência no Brasil varie de 2% a 36%; podendo alcançar 70% na população escolar, principalmente nos municípios com baixo Índice de Desenvolvimento Humano – IDH-M.

O impacto negativo da infecção provoca, além da redução no desenvolvimento físico e mental, uma diversidade de quadros mórbidos que incluem diarreia, dores abdominais, inapetência, perda de peso, até complicações como a formação de granulomas e processos obstrutivos que exigem intervenção cirúrgica, podendo inclusive levar o paciente ao óbito.

No ano de 2018, em muitos municípios participantes será realizada a quinta dose da profilaxia para as verminoses, com vistas à redução da carga de infecção.

Tracoma

A ocorrência do tracoma está diretamente relacionada às baixas condições socioeconômicas e de saneamento, e de higiene e acesso à água, que favorecem a disseminação da bactéria Chlamydia trachomatis, agente etiológico da doença. Os últimos estudos realizados no âmbito nacional revelaram que a doença está presente em grande parte do país, nas áreas com piores indicadores de qualidade de vida. No Brasil, o percentual médio de positividade nos últimos anos encontra-se abaixo de 5,0%. Contudo, em algumas localidades, esse percentual permanece > 10%, considerado alto pela OMS e indicativo de situação epidemiológica que pode evoluir para casos de cegueira.

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