Possibilidades de manejo reduzem impactos com anomalias e quebramento de plantas

Lucas Perrone

Lucas Perrone

Foto: João Pedro Coelho

Possibilidades de manejo reduzem impactos com anomalias e quebramento de plantas

Alta tecnologia aplicada, inovações no controle químico e biológico, pesquisas atualizadas, problemas regionais nas lavouras, além de novos conhecimentos e técnicas de manejo foram apresentados para mais de 700 pessoas em um Dia de Campo, realizado no última sexta-feira (21) em Sorriso (distante a 396 km de Cuiabá). Nas últimas safras as lavouras dessa região têm sofrido com anomalias em vagens e quebramento de plantas, e, no evento foram apresentadas algumas pesquisas que indicam possibilidades de manejo que colaboram com a redução destes problemas, amenizando o impacto das perdas.

Segundo o pesquisador Geraldo Chavarria, professor da Universidade de Passo Fundo (UPF), e especialista em Fisiologia, estudos ainda não conclusivos buscam associar a anomalia em plantas à presença de patógenos considerando também a interação das plantas com as condições edafoclimáticas. Pesquisas mais recentes mostram a contribuição da nutrição e do ambiente de produção no quebramento de plantas. Contudo, ambos problemas têm alta correlação genética.

“Como o processo é muito recente e temos um dinamismo muito grande de cultivares e ocorrências, estamos estudando algumas ações para avançar nessa percepção. Mas hoje, dentro do meu contexto e da nossa experiência dos últimos dois anos, é que temos um sistema produtivo que tem aumentado seu potencial produtivo, trabalhando com nível nutricional que temos que melhorar bastante, e fazendo semeaduras cada vez mais antecipadas”, explicou o pesquisador.

Durante a primeira etapa do Open Sky Soja, realizado pela Proteplan, empresa mato-grossense de pesquisa agrícola, foi pontuado que já se sabe que as condições climáticas (precipitação, temperatura, molhamento foliar e estresse hídrico) tem impacto direto sobre a ocorrência e consequente evolução das anomalias na região que margeia a BR-163. 

Mato Grosso tem acesso a pesquisas e tecnologias de ponta para combater e evitar disseminação de algumas doenças, ou anomalias em vagem e quebramento de plantas, tanto que há estudos que mostram que o tratamento em fase inicial e com aplicações adequadas tem surtido efeitos positivos e melhores resultados contra estes problemas.

Fabiano Siqueri, pesquisador da Proteplan, explica que as pesquisas e o dia no campo em Sorriso foram voltados às características e particularidades da Br-163, principalmente os problemas que são apontados como desafios nos últimos anos, como as anomalias, quebramento e controle de manchas no cultivo de soja.

“Em alguns aspectos, vimos que nessa safra a ocorrência foi muito menor para os dois problemas de maneira geral. Uma coisa que vimos com clareza é que áreas onde o produtor trabalha com um perfil de solo, com detalhamento maior, com cuidado do ponto de vista químico, físico e biológico, plantas de cobertura, toda essa lógica de estabilidade produtiva faz com que esses problemas de quebramento e anomalias sejam menores, então esse é o recado mais importante nesse contexto”, disse. 

Em um dos painéis apresentados no evento a pesquisadora da Proteplan, Alana Tomen, explicou que no banco de dados com alguns resultados com repetibilidade, é possível assumir algumas medidas e adotar estratégias que resultarão em uma safra mais segura e produtiva, com menores prejuízos e mais qualidade de grãos.

“Estamos na quarta safra e vivenciado os problemas das anomalias, mas é o primeiro ano em que conseguimos direcionar nossos projetos, especialmente em busca de uma solução ou redução dos efeitos dessas anomalias. Nesse ano conseguiremos sim respostas mais consistentes e resultados que nos ajudarão e muito na recomendação de variedades e fungicidas para as próximas safras”, concluiu.

Evento – Participantes do evento enalteceram a riqueza de conteúdos compartilhados e importância desta iniciativa para o agro mato-grossense.

“Ver experimentos ao vivo, com diversidades de plantas, de manejos e diferentes aplicações e produtos foram as ações mais interessantes mostradas aqui no evento”, falou João Fernando Nadaf Peixoto que é engenheiro agrônomo e participou pelo segundo ano do Open Sky Soja.

De acordo com Fabiano Siqueri, pesquisador da Proteplan, a classe produtora buscou no evento orientações para minimizar os fatores restritivos de produção e saber as novidades tecnológicas para o campo. “Tivemos retorno dos participantes com opiniões positivas e que contemplou o que eles esperavam encontrar. Esse era nosso objetivo, contribuir para que o produtor pudesse tomar a melhor decisão baseado na ciência e na pesquisa”, destacou.

“É muita satisfação participar deste evento, a expectativa era enorme e aqui a gente consegue observar muitos resultados importantes, principalmente quanto às anomalias das vagens”, falou a engenheira agrônoma Luciana Sonia da Silva.

Outros Dias de Campo – A segunda etapa do Open Sky Soja será em Campo Novo do Parecis no dia 27 de janeiro e a terceira em Campo Verde, no dia 03 de fevereiro. Em todos haverá estações sobre fitopatologia, entomologia, herbologia, nutrição, fisiologia e nematoides. As inscrições para quem quiser participar do evento estão abertas e podem ser feitas gratuitamente no site da empresa realizadora: proteplan.com.br

De acordo com Ivan Pedro, pesquisador da Proteplan, alguns assuntos serão comuns nas três edições do Open Sky Soja 2023, mas em todos eles terão temas diferentes também, de acordo com a necessidade de cada região.

“É um dia de campo multidisciplinar, este é o nosso quarto evento em Sorriso e é um evento que vem se consolidando. Aqui mostramos para a classe produtora uma vitrine de cultivares com 132 materiais em diferentes situações de manejo”, relata o pesquisador. 

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