PF faz busca e apreensão nas casas de Joesley e Saud em SP

Redação PH

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PF faz busca e apreensão nas casas de Joesley e Saud em SP

Polícia Federal cumpre na manhã desta segunda-feira (11), na capital paulista, quatro mandados de busca e apreensão em imóveis relacionados a Joesley Batista, um dos donos da J&F, e ao executivo da empresa Ricardo Saud,presos neste domingo (10).
Policiais deixaram a sede da PF, na Lapa, Zona Oeste da cidade, às 5h para ir a quatro endereços na cidade. Um deles é a casa de Joesley, no Jardim Europa, e outro, a casa de Saud, no Morumbi, ambos na Zona Sul.
O advogado e diretor jurídico da JBS, empresa do grupo J&F, Francisco Assis e Silva, também é alvo de mandado de busca e apreensão nesta segunda. Ele foi um dos negociadores do acordo de delação premiada e, depois, também virou delator.
O quarto endereço visitado pelos policiais em São Paulo é o escritório de advocacia onde trabalhou o ex-procurador Marcello Miller. Agentes da Polícia Federal e do Ministério Público Federal também foram as ruas no Rio de Janeiro para cumprirmandado de busca e apreensão na casa dele, na Lagoa, Zona Sul da cidade.
A operação foi batizada de "Bocca", em alusão à "Bocca della Verità" escultura romana que, na Idade Média, acreditava-se morder a mão de mentirosos e, portanto, servia como uma espécie de polígrafo à época.
As ordens de prisão de Joesley e Saud foram encaminhadas para a PF neste sábado (9)e a polícia afirmou que não cumpriu os mandados porque estava "em planejamento operacional" quando os dois manifestaram, por meio de seus advogados, a intenção de se entregar.
Joesley deixou a casa do pai no Jardim Europa às 13h39, na Zona Sul de São Paulo, rumo à Polícia Federal, e Saud, seu apartamento no Morumbi, também na Zona Sul, logo depois. Na sede da superintendência da PF, manifestantes soltaram fogos de artifício para comemorar as prisões.
Os dois passaram a noite na PF em São Paulo e vão ser transferidos para Brasília nesta segunda-feira (11). As prisões são temporárias, com prazo de cinco dias, e podem ser revertidas para preventivas.Em um áudio, Joesley e Saud chegaram a dizer que não seriam presos.
Após pedido da defesa, o Supremo Tribunal Federal abriu uma exceção e determinou que o exame de corpo de delito dos presos seja realizado somente nesta segunda em Brasília. O memorando foi enviado ao setor de custódia da Polícia Federal em São Paulo no início da noite deste domingo (10).
Em nota, as defesas de Joesley e Saud disseramque "não mentiram nem omitiram informações no processo que levou ao acordo de colaboração premiada e que estão cumprindo o acordo".
"Em todos os processos de colaboração, os colaboradores entregam os anexos e as provas à Procuradoria e depois são chamados a depor. Nesse caso , Joesley Batista e Ricardo Saud ainda não foram ouvidos", diz o texto.
O advogado de Joesley, Pierpaolo Bottini, e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, tiveramum encontro em um bar de Brasília, neste sábado (9), segundo o site “O Antagonista”.
Os pedidos de prisão ao STF foram feitos por Janot nesta sexta-feira (8). Além de Joesley e Saud, Janot pediu a prisão do ex-procurador da República Marcelo Miller, masFachin negou ao dizer que não são "consistentes" os indíciosde que ele tenha sido "cooptado" por organização criminosa.
Em nota, a defesa de Miller afirma que ele "repudia veementemente o conteúdo fantasioso e ofensivo das menções ao seu nome nas gravações divulgadas na imprensa e reitera que jamais fez jogo duplo ou agiu contra a lei", diz o texto.
O estopim para as prisões foram áudios em que Joesley e Saud sugerem que Miller estava ajudando nos acordos de delação. Em um dos trechos, os dois fazem uma brincadeira, cogitando fantasiar Marcello Miller de garçom para que ele pudesse assistir à gravação de uma conversa.
No áudio, também faziam referências a ministros do Supremo mas sem que nenhum ministro fosse relacionado a irregularidades, ilicitudes ou crime. "Cinco do Supremo na mão dele. Inclusive muitos conversados", disse Saud em um trecho.
Com as prisões, o acordo de delação premiada firmado entre a JBS e a Procuradoria-Geral da República deve ser rescindido. Isto porque o termo de delação prevê que o acordo perderá efeito se, por exemplo, o colaborador mentiu ou omitiu, se sonegou ou destruiu provas.
Sobre a validade das provas apresentadas, mesmo se os termos da delação forem suspensos, continuarão valendo – provas, depoimentos e documentos. Esse é oentendimento de pelo menos três ministros do Supremo: a rescisão do acordo não anula as provas.

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