A vida útil da bateria continua sendo o maior aborrecimento dos proprietários de smartphone, mas parece que os fabricantes pretendem reverter este quadro. Se não dá para ter uma bateria que aguente melhor o tranco, que tal uma tecnologia capaz de recarregá-la muito rápido? AStoreDotestá apostando nesta tendência e promete carregar completamente sua bateria em cerca de cinco minutos.

Participamos de uma demonstração ao vivo noMobile World Congress, em Barcelona e vimos que realmente funciona. Eles mostraram um Samsung Galaxy S6 totalmente descarregado chegar em sua carga máxima em 5 minutos e 25 segundos. Também conversamos com o CEO e fundador, Doron Myersdorf, sobre esta solução original criada pelaStoreDot.

“A física e a química envolvidas no processo desta tecnologia são novas”, disse Myersdorf aoDigital Trends. "É uma nova geração de baterias de íon de lítio”.

Existem várias outras novas tecnologias de carregamento rápido, mas Myersdorf acredita que muitas delas conseguem uma maior velocidade ao custo de uma menor vida útil da bateria. Uma bateria de íon de lítio pode sobreviver a cerca de 600 ciclos de recarga antes de se deteriorar. Myersdorf argumenta que dobrar a corrente pode encurtar muito esta vida útil.

Qualquer pessoa familiarizada com carregamentos rápidos sabe que eles deixam o celular muito quente. Achamos que isso seria um fator de risco da nova tecnologia daStoreDot, mas durante os testes, a temperatura do aparelho subiu apenas 4 graus durante o processo de recarga. Seguramos o carregador e o telefone imediatamente após o final do processo e eles sequer estavam quentes. Isso acontece em parte devido à rapidez do processo.

Aparentemente, o problema não é a bateria, pois há materiais de baixa resistência em seu interior. O verdadeiro desafio está no carregador e na conexão. Isso significa que não se pode ter um fio entre o telefone e o carregador. É preciso uma conexão mais sólida.

A StoreDot usou um carregador de parede bem grande, mas mostrou como outros modelos menores também conseguem dar conta do recado. Uma das coisas que salta aos olhos é a exigência de uma grande área de contato entre o telefone e o carregador. Eles usaram um conector de 20 pinos para a demonstração, a fim de conseguir a potência necessária para a recarga rápida.

“Até mesmo a USB precisaria ser modificada para permitir o carregamento de apenas 5 minutos”, disse Myersdorf. “Este é um esforço de todo ecossistema, que precisa ser feito”.

A Storedot

Simon Hill/Tendências Digitais

Uma quantidade insana de coordenação é necessária para promover as melhorias na bateria: as baterias daStoreDotprecisam estar no dispositivo, é preciso uma conexão apropriada para permitir a velocidade máxima de recarga e você precisará de dois carregadores de 150 watts daStoreDot.

As baterias são bem parecidas com as que usamos hoje, em termos de tamanho e desempenho, mas a necessidade de uma nova porta de carregamento será obviamente um grande desafio.

A nova tecnologia também é mais cara, mas tende a baratear caso alguma grande empresa apoie o projeto. Não é segredo que a Samsung anda investindo naStoreDote também há outras empresas interessadas.

“Estamos trabalhando paralelamente com os maiores fabricantes de equipamentos para smartphones”, explicou Myersdorf. “Seis dos melhores smartphones disponíveis no mercado estão na fila para testes e também estamos em contato com os fabricantes, pois será preciso fornecer um grande volume de produtos em pouco tempo”.

Poder carregar seu totalmente smartphone com segurança em apenas cinco minutos seria um diferencial enorme para qualquer fabricante. Myersdorf acredita que 2017 será o ano ideal para o lançamento e produção em massa da tecnologia, de modo que o Galaxy S8 ou o LG G6 já venham com ela de fábrica.

“Se essa química realmente funciona, não há nenhuma razão para não carregarmos um carro em cinco minutos”, disse Myersdorf. “Tudo que precisamos é de uma plataforma de carregamento mais poderosa”.

Isso poderia resolver uma das maiores dores de cabeça da indústria de carros elétricos, permitindo que os motoristas “abasteçam” no mesmo tempo que levam para abastecer um tanque de combustível.

Simon Hill, Tendências Digitais