Nova diretoria assume Sindicato planejando retomar obra paralisada em 2017

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Lucas Perrone

Nova diretoria assume Sindicato planejando retomar obra paralisada em 2017

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Realizar o necessário “trabalho de base”, que é o atendimento aos associados em seus locais de trabalho, como forma de manter e ampliar o quadro associativo, é o “maior desafio” apontando pelo novo presidente do Sindicado do Trabalhadores Assalariados Rurais de Rondonópolis (STAR), que toma posse nesta quarta-feira (1º/05). Segundo Moacir de Paula Mafra, esse é o grande desafio de todo movimento sindical de trabalhadores do país, desde 2017, quando o governo acabou com a contribuição sindical obrigatória. À época as principais centrais sindicais apontaram uma redução de até 90% na arrecadação das entidades. “É um desafio muito grande porque aqui a nossa área de atuação – Rondonópolis, Itiquira e São José do Povo – tem fazendas distante 200 km; ida e volta 400 km. O desafio é manter esse atendimento após o final da contribuição sindical que diminuiu drasticamente os recursos”, explica Mafra.

CURSOS E OBRA

Moacir de Paula Mafra elenca ainda que além dos prejuízos do atendimento de base essa mudança na lei, que baniu a contribuição sindical obrigatória, ocasionou a paralização de trabalhos e projetos. É o caso, por exemplo, do fim do curso informática que era oferecido gratuitamente aos associados e a paralização de uma obra de pelo menos 900 m2. Um alojamento de multiuso cuja obra segue inacabada por falta de recursos, desde quando findou a obrigatoriedade da contribuição sindical.

Segundo o sindicalista, o alojamento em questão – com capacidade para até 70 leitos – compunha uma parceria que já havia sido negociada com a Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), para a implantação de um curso Técnico em Agropecuária (com ênfase na Agricultura Familiar). “O Estado e o Senar entrariam com a estrutura do curso em si, material didático e os professores e o nós do Sindicato com a alimentação e alojamento para os estudantes. Mas infelizmente a obra parou e o curso não saiu do projeto”, completou. Outra função pensada para o abrigo – conforme Moacir – seria amparar trabalhadores associados e seus familiares, por exemplo, que vêm até Rondonópolis para tratamentos de saúde.

FONTE ALTERNATIVA

Moacir de Paula Mafra destaca que, sem os recursos da Contribuição Sindical, a fonte alternativa de dinheiro para retomar e concluir a obra, está sendo buscada por meio de convênio com o Ministério Público do Trabalho – dinheiro proveniente de multas aplicadas por irregularidades trabalhistas nos Termos de Ajustamento de Conduta (TAC) aplicados. “Nesses Termos de Ajustamento de Conduta, existe uma multa. Então o Ministério Público do Trabalho já deu um sinal verde para que o Sindicato faça um projeto e mande para eles poderem liberar o recurso para a gente terminar essa obra, com o dinheiro dessas multas. Um dos desafios da diretoria que toma posse no dia primeiro (de maio) é terminar pelo menos parte desse alojamento para atender nossos associados. Acolher os que vem de longe para um tratamento de saúde e, que sabe, num futuro, retomarmos a ideia de parceria com o Estado (Secretaria de Ciência e Tecnologia) e o Senar para o Curso de Técnico Agrícola”, explica.

INJUSTIÇA

Outra luta da futura diretoria do Sindicato dos Trabalhadores Assalariados Rurais de Rondonópolis e região (e de todo movimento sindical de trabalhadores brasileiros), é a busca de uma alternativa para corrigir a injustiça dos trabalhadores que se negam a contribuir com seu Sindicato, mas são beneficiados com os acordos negociados pela entidade sindical, da mesma forma que aqueles que pagam a sua contribuição regularmente. A ideia é criar uma forma de contribuição obrigatória a todo trabalhador, pelo menos na época da negociação salarial de data base e dos acordos coletivos por propriedade e empresa. “Porque não é justo você fazer um acordo coletivo para beneficiar a totalidade dos trabalhadores de uma empresa, com apenas 20 ou 30% de associados. Não é justo que apenas alguns paguem para todos serem beneficiados. Os que se negam em pagar o sindicato estão sendo beneficiados igual”, aponta Moacir.

POSSE

A diretoria do Sindicato dos Trabalhadores Assalariados Rurais de Rondonópolis, Itiquira e São Jose do Povo – para o mandato maio/2024 a abril/2028, toma posse em solenidade neste dia 1º de maio – quarta-feira – às 10h30, na sede da entidade a rua Casemiro de Abreu nº 562, Jardim Liberdade – Rondonópolis (MT).

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