A morte do piloto inglês Justin Wilson na noite de segunda-feira, decorrente de um acidente nas 500 Milhas de Pocono da Fórmula Indy, disputada no domingo, nos Estados Unidos, reabriu uma discussão que já dura anos no automobilismo: cobrir ou não os cockpits.
Toda vez que um acidente com um piloto acontece por conta de o monoposto ser aberto, os profissionais da velocidade falam sobre a necessidade de fazer algo para reduzir os riscos na região da cabeça.
Agora, a partir da fatalidade com o inglês, a ideia deve realmente sair do papel. De acordo com o site “Motorsport”, a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) planeja fazer de testes em setembro, com o objetivo de avaliar a viabilidade de cobrir a área onde o piloto fica.
E isso pode já fazer parte do regulamento da Fórmula 1 a partir de 2017, que já prevê soluções de segurança com carros e pneus mais largos e unidades motrizes híbridas mais potentes.
A discussão já havia voltado no final do ano passado, após o acidente de Jules Bianchi no GP do Japão, embora as lesões cerebrais que levaram o francês à morte tenham sido causadas pelo impacto contra um trator. Em 2009, Felipe Massa sofreu acidente parecido com o de Wilson, quando uma mola se soltou do carro de Rubens Barrichello e o atingiu durante treino de classificação do GP da Hungria.
A cobertura do cockpit, porém, não é uma unanimidade. Os críticos da medida avaliam que isso poderia dificultar a saída do piloto do carro em determinados tipos de acidentes, como em caso de incêndio.
Em entrevista ao Portal da Band, a piloto Bia Figueiredo, ex-companheira de equipe de Justin Wilson na Fórmula Indy, disse ser a favor da cobertura dos cockpits dos carros moopostos.
O conceito mais recente é que o carro seja equipado com uma série de lâminas verticais transparentes, na frente do cockpit, que serviram para desviar os detritos e também não impedir a saída – nem a visão – do piloto.
Seja como for, a morte de Justin Wilson reabriu a discussão e acelerou a adoção de medidas de segurança para os pilotos.