Dólar tem maior queda em 1 mês e fecha a R$ 3,81

Redação PH

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crise econômica pode trazer oportunidades de investimento, avalia especialista

Dólar tem maior queda em 1 mês e fecha a R$ 3,81

O dólar ampliou sua queda em relação ao real no final da sessão e fechou em queda nesta segunda-feira (14), com investidores recebendo bem as notícias sobre o anúncio de cortes de gastos e aumento de receitas anunciados pelo governo mais tarde, como parte dos esforços para resgatar a credibilidade da política fiscal do país. A moeda dos EUA alternou movimentos de alta e baixa durante o dia, com investidores adotando cautela antes da reunião do Federal Reserve, banco central norte-americano, nesta semana.

O dólar caiu 1,63%, a R$ 3,8138 na venda, após subir 0,69% na sessão passada e encerrar no maior nível desde 2002.

Esta foi a maior maior baixa desde 10 de agosto, quando apresentou queda de 1,86%.

No mês e e no ano, a moeda acumula alta de 5,15% e 43,45%, respectivamente.

Na mínima desta sessão, a moeda norte-americana atingiu R$ 3,8061 e, na máxima, foi a R$ 3,8937, segundo a Reuters. Veja as cotações ao longo do dia:

Às 9h10, recuava 0,48%, a R$ 3,8583.
Às 10h29, recuava 0,06%, a R$ 3,8747.
Às 10h40, subia 0,22%, a R$ 3,8859.
Às 11h19, subia 0,18%, a R$ 3,8842.
Às 11h59, caía 0,28%, a R$ 3,86.
Às 12h29, caía 0,46%, a R$ 3,859.
Às 13h09, caía 0,94%, a R$ 3,8405.
Às 14h09, caía 0,42%, a R$ 3,8607.
Às 15h09, caía 0,45%, a R$ 3,8595.
Às 15h54, caía 0,92%, a R$ 3,8414.
Às 16h35, caía 1,45%, a R$ 3,8208.

"As medidas do governo animaram o mercado. Resta saber se isso dura", disse à Reuters o sócio-gestor da corretora Leme Investimentos, Paulo Petrassi. Segundo ele, o governo "ganhou tempo" para buscar reequilibrar a economia antes de perder o selo de bom pagador com outras agências de classificação de risco que não a Standard & Poor's.

"O principal determinante dos movimentos do câmbio no curtíssimo prazo vai ser a reação do governo à perda do grau de investimento, sob a forma de cortes de gastos", disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano.

"O governo vem com tudo. Parece que quer mostrar que acordou", disse o operador de uma corretora nacional, sob condição de anonimato.

O governo anunciou R$ 64,9 bilhões de corte de gastos e aumento de receita. Entre as medidas para o Orçamento de 2016 estão a suspensão de concursos e adiamento de reajuste salarial do funcionalismo público.

Operadores buscavam mais detalhes sobre esses planos, tendo em vista que parte desses cortes deve depender do Congresso em um momento de relações conturbadas entre o Executivo e o Legislativo.

A medida vem após a agência de classificação de risco Standard & Poor's retirar o selo de bom pagador do Brasil, poucos dias depois de o governo enviar ao Congresso proposta orçamentária prevendo inédito déficit primário, que é a economia para pagamento de juros da dívida pública.

Juros nos EUA

A reunião do Fed, na quarta e na quinta-feira, também determinava o humor dos mercado, diante da possibilidade de que promova o primeiro aumento de juros em uma década. Essa perspectiva se tornou mais incerta nas últimas semanas, em meio a intensas turbulências financeiras relacionadas aos sinais de desaceleração da economia chinesa.

Pesquisa da Reuters com economistas mostrou que a ligeira maioria dos consultados esperava que o Fed opte por iniciar o aperto monetário nesta semana.

"No Brasil, você tem os cortes de gastos e lá fora você tem o Fed. É motivo suficiente para ter cautela", disse à Reuters o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho.

Intervenção do BC

Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade ao seu programa diário de interferência no câmbio, seguindo a rolagem dos swaps cambiais que vencem em outubro. O BC vendeu a oferta total de até 9,45 mil contratos, equivalentes a venda futura de dólares. Ao todo, o BC rolou o equivalente a US$ 4,080 bilhões, ou cerca de 43% do lote total, que corresponde a US$ 9,458 bilhões.

Na operação desta sessão, o BC vendeu 3,5 mil contratos para 1º de dezembro de 2016 e 5,95 mil contratos para 3 de abril de 2017. Até a sessão passada, o BC contratos para 1º de agosto de 2016, substituídos pelos vencimentos em 2017.

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