Cinegrafista mordido por pit bull diz que bombas deixaram cães alterados

Redação PH

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Cinegrafista mordido por pit bull diz que bombas deixaram cães alterados

“Os cachorros já estavam alterados por causa dos barulhos das bombas”, segundo o cinegrafista da Band, Luiz Carlos de Jesus, mordido por um pit bull durante um protesto de professores, em Curitiba, na última quarta-feira. “Parecia que, se soltassem os cães, eles morderiam qualquer um, até mesmo os policiais”, falou durante o programa "Café com Jornal" nesta quinta-feira.

O cinegrafista contou que não pode afirmar que os animais receberam ordem para mordê-lo. “Já fiz reportagens sobre esses cachorros e eles são muito bem treinados. Então se eles receberem ordem, os cães vão atacar”.

Luiz Carlos de Jesus foi mordido por um cão da raça pit bull na parte interna da perna direita, enquanto gravava imagens da confusão. Na mesma ação, outro cão do polícia, um pastor alemão, mordeu a mão de um deputado.

Encaminhado a um hospital da região, Luiz Carlos tomou uma injeção antitetânica e foi medicado. Ele deve ficar em repouso para a recuperação, já que este tipo de ferimento não pode ser suturado por causa de bactérias na boca do animal.

Caso foi exceção

Também entrevista pelo "Café com Jornal", o treinador de animais Jorge Pereira afirmou que o pit bull é um ótimo cão de guarda e o que houve foi uma exceção, uma fatalidade. “Ele foi bem treinado e fez o trabalho, tanto que quando o policial dá a ordem, ele larga a coxa e volta para seu estado de tranquilidade.”

O que aconteceu durante a manifestação, de acordo com Pereira, foi causado pelo raio do cachorro, que estava muito próximo dos cinegrafistas. “Foi uma soma de situações erradas. O cinegrafista entrou no raio do cão, que é a extensão da guia, e acabou sendo atacado porque eles estavam alterados pelo tumulto que acontecia no local”.

Para Pereira, “essa raça é selecionada justamente por não se assustar frente a uma multidão e por ter coragem. Mas o ideal é que não ocorra isso porque, nas manifestações, são pessoas do bem, dos dois lados”.

“O cão é uma arma que deve ser bem manuseada e é importante evitar o confronto com esses animais”, finalizou o treinador.

Mordida potente

O repórter cinematográfico disse que não conseguia se livrar boca do animal, conhecido por sua mordida potente, que pode chegar a 200 kg. “Minha perna não saia da boca do pit bull e ele só soltou quando o policial deu o comando”, lembrou.

Sangrando muito, o cinegrafista foi carregado para dentro da Alep, onde foi socorrido. Segundo Jesus, o atendente disse que ele deveria “agradecer a Deus”, porque se tivesse sido atingido três centímetros mais profundamente sua artéria femoral teria sido perfurada, com sério risco de morte.

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