Ao menos 110 juízes foram ameaçados por exercer função em 2017

Ao menos 110 juízes foram ameaçados por exercer função em 2017

Ao longo de 2017, ao menos 110 juízes de 30 diferentes tribunais receberam ameaças no Brasil devido à sua atuação profissional, segundo pesquisa divulgada hoje (21) pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O levantamento foi feito com base em questionários aplicados entre os meses de setembro e novembro em todo o país.

A maior parte dos magistrados ameaçados atuam na primeira instância (95%) e na Justiça dos estados (88%), onde geralmente são julgados casos de crimes comuns. Em seguida vem a Justiça do Trabalho, em que foram identificados sete juízes sob ameaça.

O conceito de ameaça utilizado pelo CNJ não se restringiu àquele tipificado pelo Artigo 147 do Código Penal, segundo o qual constitui crime “ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave”.

“Pode ser uma ameaça à segurança da pessoa, pode ser um recado passado ao juiz, pode ser uma manifestação em rede social ou o juiz pode relatar um sentimento subjetivo de ameaça, gerada pelo comportamento de alguém durante uma audiência, por exemplo”, explicou a diretora do Departamento de Segurança Institucional do Poder Judiciário, delegada Tatiane da Costa de Almeida, segundo divulgado pelo próprio órgão.

Em 45% dos casos registrados, foi implementado algum tipo de aumento de segurança nos fóruns em que atuam os juízes. Ao todo, 34 juízes utilizam carro blindado e sete andam com coletes à prova de balas.

Entre os ameaçados, 38 juízes recebem escolta total, sendo acompanhados 24 horas por dia por policiais, sejam civis, federais ou militares.

A pesquisa do CNJ foi divulgada após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter lançado um edital de licitação, na semana passada, para contratar sete vigilantes armados que deverão reforçar a segurança do ministro Edson Fachin e de seus familiares em Curitiba, onde possui residência.

A medida foi tomada após Fachin, que é relator da Operação Lava Jato no STF, terdito, em entrevista concedida em março ao canal Globonews, que recebeu ameaças à sua integridade física.

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