AL comemora Dia de Rondon

Redação PH

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AL comemora Dia de Rondon

No dia 5 de maio de 1865, nascia na localidade de Mimoso, em Mato Grosso, Cândido Mariano da Silva Rondon, um dos mato-grossenses reconhecido e condecorado mundialmente por sua extraordinária contribuição humanitária, política e científica. Em Mato Grosso os deputados instituíram em 1992 o dia de hoje como “Dia de Rondon”, com a Lei 5.974/92, como forma de homenagear o sertanista, morto em 1958, aos 92 anos.

O trabalho realizado por Rondon foi fundamental para desbravar e apresentar as regiões Centro-Oeste e Norte ao resto do Brasil, ainda no fim do século XIX e XX, quando no país a grande concentração da população era no litoral.

As suas expedições tinham como objetivo instalar linhas telegráficas, mas o levaram a deixar um legado em novos registros da fauna e flora. Além disso, Rondon foi responsável por fazer os primeiros contatos com comunidades indígenas, identificar e cartografar rios e a geografia de Mato Grosso, entre outros feitos.

Em 1994, o então deputado Paulo Moura, autor da lei que institui o Dia de Rondon, lembrava os feitos do sertanista em sessão especial. “Em tempos em que este país está necessitando urgente de mais dignidade, moral, honradez política, patriotismo e, principalmente, culto dos exemplos daqueles que ajudaram a construir a nacionalidade brasileira, lembramos o exemplo ímpar de vida e trabalho de Cândido Rondon”, argumenta.

Índios – Foi a partir do contato com inúmeras etnias de índios brasileiros, durante as expedições da Comissão Rondon para implantar as redes telegráficas, que o marechal desenvolveu o lema “morrer se for necessário, matar, nunca”. A frase foi citada pelo deputado em sessão especial. “Para o insigne sertanista, nada mais razoável e justo do que a revolta do índio contra o branco que penetrava seus domínios, desse modo justificava plenamente os ataques indígenas como uma forma natural e espontânea de autodefesa. Por isso o seu lema eterno”, registrou o parlamentar Paulo Moura.

Homenagens – Em outra sessão legislativa em comemoração aos feitos do Patrono das Comunicações, em 5 de maio de 1995, o poeta Silva Freire foi citado. “Altura média, testa larga, fisionomia distinta, traços finos, olhos amendoados, queixo delgado. Herói que nasceu soldado e que morrerá soldado. Mas herói ‘sui generis’ que agiu para não matar, nem deixar que se matasse um só homem”.

Para o professor de história e deputado, Wilson Santos (PSDB), a importância do legado moral, histórico, humanista e científico de Rondon é considerável. Para ele, Rondon deveria estar mais presente na vida cotidiana. “Os valores que Rondon praticou foram relaxados pela sociedade: a ética, o respeito pelas minorias, o trabalho intenso, o patriotismo, o servir à humanidade. Esses valores praticados e deixados, não são levados a serio pela atual sociedade brasileira”.

O deputado informa que há uma corrente de historiadores que consideram que Rondon foi mais importante como cientista do que como humanista. “Rondon é muito mais conhecido por sua atuação em nome dos povos indígenas e pela criação do Parque Nacional do Xingu, em Mato Grosso. Esses feitos o levaram a ser indicado duas vezes ao Prêmio Nobel da Paz. Porém, existe uma corrente de historiados que entende que ele foi maior por sua atuação como cientista nas áreas de botânica, naturalismo, fisiologia, astronomia, matemática, geografia, cartografia, entre outros tantos serviços que ele prestou para a área das ciências”.

Rondon instalou 32 estações telegráficas nos 1.497 km da linha principal e outros 736 km de ramais; fez o levantamento geográfico de mil quilômetros de terras e de águas; determinou mais de duzentas coordenadas geográficas, inscreveu no mapa do Brasil 15 novos rios e corrigiu enganos sobre o curso de outros tantos. Ao todo, o trabalho de Rondon resultou em mais de 5 mil km de linhas telegráficas e estradas.

Indicação ao Nobel da Paz – As indicações ao Prêmio Nobel da Paz também foram relembradas em sessões da Assembleia Legislativa de Mato Grosso. Por meio de uma carta, o físico Albert Einstein recomendou a congratulação do trabalho de Rondon: “Esse homem deveria receber o Nobel da Paz por seu trabalho de absorção das tribos indígenas no mundo civilizado, sem o uso de armas ou violência. Ele é um filantropo e um líder de primeira grandeza”. A carta escrita pelo físico só foi descoberta duas décadas depois de escrita.

A segunda indicação ao prêmio foi feita pelo ex-presidente dos Estados Unidos Theodore Roosevelt, em 1954. A respeito de Rondon, ele chegou a dizer que a “América pode apresentar ao mundo duas realizações ciclópicas: ao Norte, o Canal do Panamá, e ao Sul, o trabalho de Rondon – científico, prático e humanitário”.

Apesar das indicações, em nenhuma das duas ocasiões Rondon foi ganhador.

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