Discussão da escola ciclada superou as expectativas em Rondonópolis

Redação PH

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Discussão da escola ciclada superou as expectativas em Rondonópolis

A terceira audiência pública da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, de apresentação do relatório preliminar do Ciclo de Formação Humana, elaborado pelo deputado Wilson Santos (PSDB), líder de governo na AL, em Rondonópolis, na sexta-feira (18), surpreendeu pela participação de professores, mestres, doutores em educação, estudantes e autoridades. Mais de 300 pessoas discutiram o tema na audiência que ocorreu na Câmara de Vereadores de Rondonópolis.

O parlamentar fez, no ano passado, a mais intensa discussão sobre a qualidade do ensino fundamental em Mato Grosso. Foram audiências públicas em oito cidades pólos do Estado, discutindo a qualidade da educação com quase duas mil pessoas, para formatar o documento preliminar. Agora, o deputado está percorrendo novamente as oito cidades polos. Este ano, o giro começou em Cáceres, em fevereiro e, em março, Wilson Santos já esteve em Tangará da Serra e Rondonópolis.

“Queremos um cidadão crítico, pensador, com conhecimento”, disse o deputado, que propõe a continuidade do ciclo de formação, com mudanças. São mais de 20 propostas elencadas pelo parlamentar para que o ciclo de formação funcione com aprendizagem. Num primeiro momento o deputado sugere um período transitório do ciclo. “É preciso que se implante de fato, na prática, o Ciclo de Formação Humana, que até agora só funciona na teoria”, disse.

Para o parlamentar, a educação tem de ser o primeiro problema de discussão. “A educação é o maior problema deste País e merece ser tratada como a prioridade número um. Por isso, estamos retomando as discussões para melhorar os pontos e formatar um documento definitivo que será entregue ao governador Pedro Taques no mês de junho”, pontuou.

O grande problema do ciclo, conforme Wilson Santos, é a falta de recursos e o fato de o tema nunca ter sido tratado como política de Estado, mas sim de governo.

“As mesmas dificuldades do início da implantação do ciclo perduram até hoje. Os professores querem a manutenção do ciclo, mas não da forma como vem sendo conduzido no Estado. Não há preparo do professor para atuar com o ciclo”, diz.

Apesar de o Sintep participar de todas as audiências, o deputado quer um amplo debate com o sindicato antes de formatar o documento final. A secretária de Educação de Rondonópolis, Ana Carla Muniz, presente na audiência, destacou a importância de se debater a educação.

“Estamos conhecendo o documento preliminar para ver os pontos fortes e as fragilidades. Precisamos ajustar o ensino fundamental de acordo com os anseios dos profissionais e da comunidade estudantil”. A secretária entende que a discussão sobre o ciclo de formação tem de ser constante. “É uma discussão positiva que o deputado Wilson Santos faz, percorrendo o Estado. Temos que buscar a superação”.

Maria Celma, presidente do Sintep – sub-sede de Rondonópolis, afirmou que o sindicato é suprapartidário e está pronto para discutir a qualidade da educação. “Nós entendemos que o governo deveria abrir esse debate e envolver toda a sociedade, mas sem uma avaliação sistêmica, o ciclo não terá êxito”, ponderou. Conforme a sindicalista, “Mato Grosso não tem escola de ciclo, mas sim, escola de fases”.

Segundo ela, os professores não foram conquistados para trabalhar com o ciclo. “Quando o aluno passa sem saber nada, o professor está apenas cumprindo a política estadual”, completou.

O deputado Zé Carlos do Pátio entende que a gestão da escola ciclada não está correta em Mato Grosso. “Está pior do que a escola seriada e não podemos compactuar com essa situação. O Estado tem de dar mais retaguarda para a educação”. O parlamentar é defensor da educação infantil.

“O sistema é injusto com o filho do pobre, que só entra na escola aos seis anos de idade. A Constituição do Estado não trata da educação infantil e eu já estou com uma emenda neste sentido para apresentar em plenário”, informou.

O estudante Edson Fernandes, da Escola Estadual Ramiro Bernardo da Silva, que falou representando os estudantes de Rondonópolis presentes à audiência, fez questão de dizer que os estudantes são conscientes das dificuldades do ciclo.

“Nós vivenciamos isso, temos dificuldades para aprender em função da falta de condições estruturais das escolas, de apoio pedagógico aos professores, mas o que queremos é resposta para este quadro que aí está”, disse.

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