Wellington critica ‘poderosos lobbies’ que prejudicam negócios do Brasil no exterior

Geraldo Magela | Agência Senado

Wellington critica ‘poderosos lobbies’ que prejudicam negócios do Brasil no exterior

Ao comemorar os 45 anos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), nesta quinta-feira, 3, o senador Wellington Fagundes (PR-MT) denunciou a existência de ‘poderosos lobbies’ atuando em prejuízo dos negócios do Brasil no exterior.

Em pronunciamento da tribuna do Senado Federal, Fagundes defendeu a mobilização de todas as instituições nacionais para realização de uma ‘cruzada’ contra as ameaças da União Europeia de suspender a importação de carne de frango do Brasil. “Essa é uma responsabilidade de todos” – frisou.

Ligados aos interesses dos concorrentes brasileiros, esses ‘lobbies’, segundo o senador, “propagam mentiras” sobre o Brasil, sobretudo, na questão ambiental.  Ao destacar a qualidade e o potencial da produção brasileira e enaltecer o trabalho da Embrapa, Fagundes disse que a única batalha agroambiental que o Brasil ainda não conseguiu vencer foi a da informação e a da comunicação pelo mundo afora.

“Infelizmente, essas campanhas falaciosas prosperaram aqui e no exterior, sob os aplausos dos países ricos, incapazes de tolerar a competitividade sustentável da agropecuária nacional” – disse. Mato Grosso, segundo ele, é um dos mais prejudicados pela campanha negativo contra o Brasil. O Estado é  o maior produtor de grãos do Brasil e detentor do maior rebanho bovino.

Aparteado pelos senadores Paulo Rocha (PT-PA), José Medeiros (Podemos-MT) e Ana Amélia (PP-RS), o líder do Bloco Moderador classificou a prática da interferência estrangeira como sendo “inaceitável”.

Ele lembrou que a primeira luta que o Brasil teve na Organização Mundial do Comércio (OMC)  foi relacionada às barreiras à exportação do algodão, deflagrada pelos produtores de Mato Grosso que, segundo ele, se uniram e se cotizaram para entrar com a ação. A ação internacional, de acordo com Wellington, nada tem a ver com a defesa sanitária: “É única e exclusivamente comercial” – insistiu.

Em seu pronunciamento, Fagundes lembrou que o Brasil não seria a potência agrícola que é hoje se não fosse o trabalho dos técnicos da Embrapa. Segundo ele, os quase 50 anos de contribuição ao agronegócio, ao meio ambiente e à agricultura familiar ajudaram o país a sair da monocultura para estar entre os maiores exportadores mundiais.

“A história nos indica claramente que, sem a Embrapa e sua vasta equipe de profissionais, distribuídos por 42 unidades e presentes em todos os biomas brasileiros, nosso país dificilmente ou jamais teria transitado da monocultura do café para se transformar no maior exportador mundial de soja, açúcar, suco de laranja, carne, frango” – afirmou.

Fagundes disse também que, se a safra brasileira de grãos foi no ano passado oito vezes maior do que a registrada em 1972 – passando de 30 milhões de toneladas para 240 milhões – é porque a Embrapa cumpriu e segue cumprindo o seu papel.

Ao destacar a evolução ocorrida no campo a partir dos trabalhos da Embrapa, o republicano enfatizou que atualmente 90% das pesquisas ofertadas à produção estão a cargo da iniciativa privada e que os ‘bons frutos’ produzidos, ao longo do tempo, pela empresa podem ser estendidos a outros níveis da cadeia de produção.

O senador destacou a atuação de duas unidades da empresa: a Embrapa Agrossilvipastoril, instalada em 2012 na cidade de Sinop, no Mato Grosso; e a Embrapa Pantanal, baseada em Corumbá, no Mato Grosso do Sul. Segundo ele, as duas têm atuado com sucesso nas atividades de pesquisa, assistência técnica e transferência de tecnologia, sempre em contato com as demandas dos produtores rurais.

Demanda no Campo – Wellington Fagundes mencionou uma “nova demanda” que se aproxima, rapidamente, com a execução de um dos mais laboriosos projetos de inclusão de famílias ao sistema de produção, que chegará junto à regularização fundiária.

Lembrou que só em Mato Grosso, 70 mil famílias esperam pelo título de propriedade, o que lhes permitirá acesso ao crédito e às pesquisas para melhoria da produção. Isso, consequentemente, traz avanços na qualidade de vida do campo.

Membro da Comissão de Agricultura do Senado, Wellington Fagundes ainda mencionou estimativas da FAO que indicam que até 2050 a produção agropecuária precisará crescer globalmente 70% e quase 100% nos países em desenvolvimento, visando alimentar a crescente população e excluindo a demanda para biocombustíveis.

“Os desafios para a Embrapa e os seus parceiros são enormes e exigem um olhar atento para o futuro” – assinalou.

 

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