Em nota à imprensa, o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM) voltou a se manifestar favorável à compra de doses da chamada Coronavac, vacina chinesa produzida pela empresa farmacêutica Sincovac. Ontem (20), logo após anunciar a liberação à população mato-grossense já em janeiro de 2021, o chefe do Executivo foi contrariado pelo presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido), que afirmou a um seguidor em uma rede social que o Brasil não compraria nenhuma dose do medicamento.

Antes de revés, Mendes e outros governadores participaram de uma reunião online junto ao Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que havia, em nome do Ministério, anunciado a compra de 46 milhões de doses. O governador de Mato Grosso, então, pegou carona na parceria junto ao governo do Estado de São Paulo. Por lá, o governador João Dória (PSDB) também confirmou que fará a aquisição das doses da Coronavac.

No Brasil, a vacina será produzida pelo Instituto Butantã, que coordenará a fase 3 de testagem da eficácia. “O Governo de Mato Grosso defende que o Governo Federal lidere esse importante processo e disponibilize a vacina contra a Covid-19 à população”, disse Mendes em nota à imprensa nesta quarta-feira (21). “E o mais importante: que as vacinas entregues sejam confiáveis e devidamente atestadas pelos órgãos sanitários”, completou.

Em meio às contradições governistas, Bolsonaro expõe mais um ministro da Saúde fragilizado frente ao cargo. Por divergências ideológicas, a Pasta já acumula três indicados desde o início da pandemia, dois substituídos no ápice do surto de coronavírus no Brasil. Atualmente, rival político do ex-aliado João Dória e atendente imediato dos interesses dos Estados Unidos, o embate com a China contextualiza a negativa do presidente pela compra das doses da Coronavac.