Tratamento e Seguimento Oncológico, por que fazer?

Dra. Manoela Regina Alves Corrêa

Dra. Manoela Regina Alves Corrêa

Tratamento e Seguimento Oncológico, por que fazer?

Todo tratamento oncológico proporciona algum tipo de efeito colateral e cuidar dos efeitos tardios do câncer também faz parte do tratamento!! O câncer foi, por muitos anos, uma palavra que não podia, ao menos, ser pronunciada, isso gerou um estigma que ainda hoje se perpetua. Porém, com o desenvolvimento da tecnologia e os avanços em pesquisas, o câncer passou a ser uma doença um pouco menos assustadora.

Já estamos diante da primeira alteração, a emocional, que pode aparecer no diagnóstico e permanecer durante todo o processo. Para evitar uma complicação tardia, conversar com o médico e compartilhar os sentimentos são essenciais para o diagnóstico e tratamento correto, auxiliando em todas as etapas, proporcionando uma maior adesão ao tratamento oncológico. Realmente o tratamento é complexo, mas costumo dizer que tem dia e hora para acabar e tudo para um bem maior!

O que muitas pessoas não sabem é que uma parte dos pacientes que fazem tratamento contra o câncer, tem chances de desenvolver algum efeito colateral pós-tratamento, os chamados efeitos colaterais tardios.

A seguir, vou listar alguns, mas não se assuste, esta é apenas uma informação para que o paciente se cuide mesmo depois do tratamento e que tenha o acompanhamento médico adequado.

Um dos principais efeitos colaterais é a fadiga que, muitas vezes, ainda persiste… Por isso, é importante ter uma alimentação equilibrada, fazer exercícios físicos e ter hábitos saudáveis mesmo depois de já ter enfrentado a doença. A dosagem de vitaminas também é essencial para uma devida correção.

A quimioterapia e a radioterapia também podem causar lesões nos pulmões, como alteração na função pulmonar, espessamento da mucosa dos pulmões, inflamação e, em certas situações, dificuldade respiratória. Os eventos cardíacos, também são ocasionados, como inflamação do músculo cardíaco e insuficiência cardíaca congestiva. O ideal para esse paciente é realizar exames pré, durante e pós tratamento para monitorização e diagnóstico precoce de qualquer evento adverso.

Pacientes com linfomas, são sujeitos ao câncer secundário e devem manter o seguimento por tempo indeterminado. O sistema endócrino também pode ser afetado tardiamente.

Dependendo da região de tratamento, os pacientes podem ter ovários, testículos, tireoide, adrenal e hipófise afetados o que pode ocasionar disfunção sexual, menopausa precoce, esterilidade, alteração de crescimento, obesidade, alteração de humor entre outros. Assim, todas as funções deverão ser regularmente avaliadas!

Outra consequência muito comum são as injúrias dentárias, como desgaste nos dentes, inflamação e infecção gengival e mesmo diminuição da produção de saliva, o que proporciona o aparecimento de cáries e, consequentemente, a necessidade de intervenções mais complexas. O tratamento, inclusive, pode afetar a deglutição ou digestão do alimento, o que pode reduzir a capacidade do organismo de absorver nutrientes. Assim o acompanhamento multidisciplinar é ideal com o acompanhamento do dentista e nutricionista.

A pele também é frequentemente afetada, levando à uma perda de elasticidade, viço e envelhecimento precoce. O uso de cremes hidratantes e protetor solar já proporcionam um cuidado inicial.

Parece uma infinidade de médicos e indicações, não é mesmo?

A Estética “Paliativa” entra nesse contexto para ajudar esse paciente com doenças crônicas, como é o caso do paciente com câncer, a tomar as medidas necessárias para seu bem-estar, incluindo o cuidado físico e estético. É missão desse profissional trabalhar as formas de amparar esse paciente e indicar as maneiras de minimizar os danos colaterais tardios.

Costumo dizer que o profissional de Estética Paliativa, que orgulhosamente me encaixo como médica, é como se fosse o consultor da saúde, o personal do bem-estar ou o guia do paciente. É ele que vai poder cuidar de você de forma holística. Por isso, se estiver com alguma sequela, ligue para quem vai poder ver o todo.

Então, se por acaso você estiver passando por todo esse processo, lembre-se que antes de iniciar a terapêutica, todos os efeitos agudos (durante o tratamento) e tardios (pós-tratamento) serão explicados pelo médico assistente para o correto acompanhamento.

Lembre-se que o seguimento para manter a saúde e bem estar são essenciais e por tempo indeterminado! Costumo dizer que para tudo tem jeito, então deixa o profissional indicado te ajudar!

A Dra. Manoela Regina Alves Corrêa é Radio-Oncologista formada no Instituto Nacional de Câncer (Inca) e atua no Hospital de Câncer de Mato Grosso, Santa Casa de Cuiabá e Tez Estética Avançada.

+ Acessados

Veja Também