Spotify anuncia a demissão de 600 funcionários, o equivalente a 6% da força de trabalho

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Spotify anuncia a demissão de 600 funcionários, o equivalente a 6% da força de trabalho

O Spotify, líder mundial das plataformas de áudio, anunciou nesta segunda-feira (23) que cortará 6% de sua força de trabalho, ou seja, cerca de 600 empregos, após uma onda de demissões entre os gigantes da tecnologia.

“Nas próximas horas, serão realizadas entrevistas individuais com os funcionários afetados”, disse o CEO e cofundador da empresa sueca, Daniel Ek, em mensagem online aos funcionários.

“Olhando em retrospecto, tenho sido muito ambicioso investindo mais rápido do que o crescimento do nosso volume de negócios”, disse ele.

“Por isso, reduzimos nosso quadro de funcionários em cerca de 6% em todo o grupo”, explica o diretor do grupo, listado na Bolsa de Valores de Nova York.

Sem lucros

Embora o Spotify tenha sido ocasionalmente lucrativo, a empresa vem registrando prejuízos há vários anos, apesar do crescimento vertiginoso de seu número de assinantes e da vantagem que ganha sobre seus concorrentes, como a Apple Music.

“Como sabem, nos últimos meses fizemos um esforço considerável para reduzir nossos custos, mas isso simplesmente não foi suficiente”, justificou Daniel Ek.

O anúncio do Spotify, que divulgará seus resultados anuais em 31 de janeiro, segue uma série de planos de demissões anunciados por grandes grupos de tecnologia nas últimas semanas.

Após demissões na Amazon, Meta e Microsoft, o Google anunciou neste sábado que cortará 12 mil empregos em todo o mundo, ou seja, pouco mais de 6% de sua força de trabalho. Na quarta-feira (18), a Microsoft anunciou que haveria 10 mil demissões até abril.

Empresas de tecnologia dispensaram mais de 150 mil empregados em 2022, de acordo com o site de rastreamento Layoffs.fyi, uma vez que o boom de demanda visto durante a pandemia agora se transforma em colapso. O número registra um aumento de 649% em relação a 2021.

Para alguns especialistas, a situação já se assemelha à chamada bolha “ponto com”, de 1994 a 2000, quando investimentos especulativos em empresas de tecnologia resultaram em aumentos gigantes no preço das ações dessas empresas, antes de várias delas quebrarem.

Pressão de governos

Apesar de o Spotify ser uma big tech um pouco diferente — trabalha com apenas um tipo de conteúdo e é sueca, e não norte-americana —, ele se utiliza dos mesmos métodos para alcançar o domínio sobre concorrentes.

As big techs também enfrentam ameaças de reguladores, além de multas altas por descumprimento de regras de livre concorrência. Além disso, faturam bilhões de dólares com a venda de dados de usuários para gerar publicidade direcionada.

O domínio monopolista do mercado causou também atritos com empresas de comunicação, que se opõem fortemente à exibição de notícias em plataformas como o Google e Facebook sem serem pagas.

Países como Austrália, Nova Zelândia, Canadá e França já criaram leis que exigem o pagamento por conteúdos do tipo, o que fez tais empresas negociarem com portais e editoras para evitarem encerrar operações nesses países.

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