Simpósio debate necessidades dos autistas

Simpósio debate necessidades dos autistas
Fablicio Rodrigues/ALMT

Simpósio debate necessidades dos autistas

Começou nessa manhã e prossegue até as 18 horas de hoje (2), no Teatro do Cerrado Zulmira Canavarros, na Assembleia Legislativa, o 1º Simpósio de Políticas Públicas de Inclusão Efetiva dos Autistas em Mato Grosso.

O evento trouxe a Mato Grosso, nesta manhã, quatro professores doutores, a neurobióloga,Marta Pires Relvas; o psicólogo, Adilson de Souza; o professor de educação especial, Lucelmo Lacerda e o neurofísico, Elvis Lira da Silva.

A neurobióloga Marta Pires Relvas, é professora e pesquisadora do tema há 40 anos. Para ela, um dos aspectos mais importantes é que o diagnóstico deva ser precoce e, para isso, os pais devem observar, já a partir dos três primeiros meses de idade, o chamado “sorriso social”, quando a criança começa a olhar as pessoas diretamente e sorrir.

“Se seu filho não olha nos olhos e sorrir, não interage ao ser amamentado ou rejeita um brinquedo que se coloca para ele brincar, é bom verificar”, alerta ela.

Foto: FABLICIO RODRIGUES / ALMT

O Simpósio foi proposto pelo deputado Wilson Santos (PSDB) e reúne, além de especialistas no assunto, políticos, membros do governo, do Judiciário, profissionais, pais e outros familiares de autistas e a população em geral.

Mais de 750 pessoas aderiram ao chamamento para discutir o tema. Além de Santos, os deputados Eduardo Botelho (DEM), Janaína Riva (MDB), Dr. João de Matos (MDB), Carlos Avalone (PSDB) e Lúdio Cabral (PT), compareceram ao evento.

Wilson Santos destacou a necessidade de políticas públicas voltadas à preparação do professor e demais trabalhadores da educação, assim como o aparelhamento das escolas e instituições de acolhimento aos autistas.

“Antes de tudo, o profissional tem que ser humano, diferenciado, com sensibilidade e o Estado tem que se preparar com esse pessoal e oferecer um aparelhamento para atender o autista, com políticas com as quais eles sofram menos e possam se desenvolver”, informou.  Já o presidente da ALMT, Eduardo Botelho, reafirmou o compromisso da Casa de Leis em trabalhar para que políticas públicas sejam efetivadas, para que seja ampliado o acesso aos serviços de saúde e educação.

Foto: FABLICIO RODRIGUES / ALMT

Elaine Zorgetti Perreira, secretária de Adoção do Tribunal de Justiça, é mãe de um filho autista, de cinco anos. Para ela, falta maior preparo de médicos e de professores para um diagnóstico mais rápido e um tratamento mais preciso.

“Desde muito cedo, antes de um ano, eu percebia que meu filho era diferente. Fui a vários médicos, mas, como o tipo de autismo dele é leve, o diagnóstico só veio quando ele tinha 4 anos. Depois vieram as escolas e as dificuldades. A sociedade ainda exclui, seja por ações diretas, seja por falta de um programa de inclusão.Quando vou a um lugar e meu filho tem uma crise, eu preciso ir embora por causa dos olhares e reações do povo que não entende. Falta amor e paciência”, desabafa ela.

Durante o evento, o militante da causa, Marcione Mendes, lembrou que as pessoas com TEA sofrem estigmatização, discriminação e violação dos direitos humanos e que o acesso a serviços e suporte inexistem na maior parte do mundo, e em Mato Grosso, para ele, não é diferente.

A carta  cita ainda a Lei 12.664/12 que atende aos autista e, por fim, registra a necessidade de um tradutor de libras em todos os eventos e nas transmissões da TVAL e propõe  que de 2% a 5% das emendas parlamentares de Mato Grosso sejam destinadas ao tratamento de pessoas com deficiência.

TEAs – Transtornos do Espectro Autista (TEAs) são um grupo de condições caracterizadas por algum grau de alteração do comportamento social, comunicação e linguagem, e por um repertório restrito, estereotipado e repetitivo de interesses e atividades. Os TEAs aparecem na infância e tendem a persistir na adolescência e na idade adulta.

Na maioria dos casos, eles se manifestam nos primeiros 5 anos de vida. As pessoas afetadas pela TEA frequentemente têm condições comórbidas, como epilepsia, depressão, ansiedade e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. O nível intelectual varia muito de um caso para outro, variando de deterioração profunda a casos com altas habilidades cognitivas.

O autista vive em nosso mundo, mas ao seu modo. Tem sua própria maneira de ver e se relacionar com o mundo. Eles têm o seu próprio pensamento, fantasias e objetivos.

Muitas vezes tentam se relacionar e interagir com os outros, mas de uma maneira não funcional. Assim, entre os principais objetivos dos tratamentos, há técnicas que visam retirá-los desse isolamento e trazê-los ao convívio social.

As evidências científicas disponíveis indicam a existência de múltiplos fatores, incluindo fatores genéticos e ambientais, que tornam mais provável que uma criança possa sofrer um TEA.

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