Rússia deseja intensificar relações militares com Brasil e três ditaduras das Américas

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O ex-presidente Lula durante encontro com Vladimir Putin, então primeiro-ministro da Rússia, em Moscou em maio de 2010 — Foto: RICARDO STUCKERT/BIBLIOTECA DA PRESIDÊNCIA

Rússia deseja intensificar relações militares com Brasil e três ditaduras das Américas

A Rússia aprofundará relações “mutuamente benéficas” com a América Latina e o Caribe, que incluem a cooperação militar, para ajudar esses países a enfrentar “pressões dos Estados Unidos”, segundo o novo conceito de política externa aprovado nesta sexta-feira (31) pelo presidente do país, Vladimir Putin.

“Dado o progressivo fortalecimento da soberania e o potencial multifacetado dos Estados latino-americanos e caribenhos, a Rússia pretende desenvolver relações pragmáticas, não ideologizadas e mutuamente benéficas com eles”, indica o documento publicado pelo Ministério das Relações Exteriores russo.

Para atingir esses objetivos, Moscou se concentrará em “apoiar os Estados latino-americanos interessados, sob pressão dos EUA e seus aliados, na salvaguarda de sua soberania e independência, inclusive estabelecendo e expandindo a cooperação militar, técnico-militar e em matéria de segurança”.

Isso significa, segundo Moscou, “reforçar a amizade, a compreensão mútua, e aprofundar associações multifacetadas de benefício mútuo” com Brasil, Cuba, Nicarágua e Venezuela.

Além disso, o governo russo planeja “desenvolver relações com outros Estados latino-americanos, levando em consideração o grau de independência” e atitude “construtiva” em relação à Rússia.

A Rússia também buscará “aumentar o comércio e o investimento mútuos com os países latino-americanos e caribenhos, inclusive por meio da cooperação” com organismos regionais de integração.

Em particular, a nova doutrina concentrou interesse na Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), no Mercosul, no Sica (Sistema de Integração Centro-Americana), na Alba (Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América) e na Caricom (Aliança do Pacífico e Comunidade do Caribe).

O novo conceito de política externa russa também quer ampliar os laços culturais, científicos, educacionais, esportivos, turísticos e humanitários com os Estados da região.

Na apresentação desse documento ao Conselho de Segurança da Rússia, o ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, descreveu hoje os EUA e o Ocidente como “os principais instigadores e líderes da linha antirrussa que visa ao enfraquecimento total da Rússia”, atitude que é oposta à de outros países, abertos à cooperação.

Por isso, destacou que a renovada política externa russa “indica o rumo no sentido de aumentar o potencial de associação estratégica com os nossos grandes vizinhos, China, Índia, países muçulmanos e também os países da Ásia e Pacífico, África, América Latina e Caribe”.

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