Rondonópolis perde mais de 1,7 mil vidas no “ano da pandemia”

Foto: Arquivo Gcom

Rondonópolis perde mais de 1,7 mil vidas no “ano da pandemia”

Com a crise de saúde pública instalada em razão da COVID-19, rede hospitalar à beira do colapso, aumento no número de mortes em domicílios em razão da falta de leitos ou do medo da ida aos hospitais, reflexos no crescimento dos falecimentos por doenças respiratórias e cardíacas aceleradas pelo vírus, a cidade de Rondonópolis completou o “ano da pandemia” com mais de 1.710 de mortos, número recorde desde o início da série histórica “Estatísticas do Registro Civil” em 2003.

Os dados do “ano da pandemia” constam no Portal da Transparência do Registro Civil (https://transparencia.registrocivil.org.br/inicio), base de dados abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos Cartórios de Registro Civil do País, administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), cruzados com os dados históricos do estudo Estatísticas do Registro Civil, promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nos dados dos próprios cartórios brasileiros.

O número de óbitos registrados em Cartórios no “ano da pandemia”, considerado o período de março de 2020 a fevereiro de 2021 totalizou 1.710 mortes, um total de 484 falecimentos a mais do que a média dos mesmos períodos desde 2003. Em termos percentuais, significa um crescimento de 39,4% de óbitos em relação à média histórica, que sempre esteve na casa de 4,6%, totalizando 34,8 pontos percentuais a mais no período. Na comparação em relação ao exato ano anterior da pandemia, março de 2019 a fevereiro de 2020, o aumento foi de 23% no número de falecimentos.

Segundo o presidente da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado do Mato Grosso (Arpen-MT), Rogério Campos Ferreira, os Cartórios de Registro Civil se mostraram um importante instrumento de informações à sociedade e ao Poder Público, gerando o interesse de outras áreas em mapear o impacto da pandemia em sua especialidade. “As serventias disponibilizam, por meio do Portal da Transparência do Registro Civil, informações em tempo real desta grave crise de pandemia e seus reflexos no Brasil”.

Já em Mato Grosso fechou o “ano da pandemia” com um total de mais de 20 mil mortos, número recorde desde o início da série histórica. No Estado, o período de março de 2020 a fevereiro de 2021 totalizou 20.478 mortes, um total de 5.876 falecimentos a mais do que a média dos mesmos períodos desde 2003. Em termos percentuais, significa um crescimento de 40,2% de óbitos em relação à média histórica, que sempre esteve na casa de 2,9%, totalizando 37,3 pontos percentuais a mais no período. Na comparação em relação ao exato ano anterior da pandemia, março de 2019 a fevereiro de 2020, o aumento foi de 14,7% no número de falecimentos.

Fevereiro recordista

O agravamento da pandemia no último mês, os cartórios de Rondonópolis registram um total de 136 óbitos registrados, 47 óbitos a mais do que a média para o período. O número foi ainda 89,79% maior do que a média histórica dos meses de fevereiro desde 2003, sendo 4,5 pontos percentuais à média para o período. Na comparação com fevereiro de 2020, o crescimento foi de 34,2%.

O número de óbitos registrados nos meses de 2021 ainda pode vir a aumentar, assim como a variação da média anual e do período, uma vez que os prazos para registros chegam a prever um intervalo de até 15 dias entre o falecimento e o lançamento do registro no Portal da Transparência.

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