Preço de carros usados podem reduzir até 20% em 2023; saiba se carros novos vão valorizar

Picture of Mike Alves

Mike Alves

Preço de carros usados podem reduzir até 20% em 2023; saiba se carros novos vão valorizar

Pela primeira vez desde o início da pandemia, o preço de carros usados pode cair até 20% em 2023 após dois anos de sucessivas valorizações, que chegaram a 42,5% nos Estados Unidos – e números semelhantes no Brasil.

Segundo um relatório publicado pela J.P. Morgan Research, os valores de veículos usados atingiram um pico no início de 2022 e tendem a desvalorizar entre 10% e 20% no próximo ano.

Ao mesmo tempo, os preços de veículos novos, como o Chevrolet Onix 2023, devem se manter no patamar atual, puxados pela baixa demanda e inflação.

O estudo da J.P. Morgan prevê que a desvalorização dos usados deve chegar a 2,5% a 5% nos primeiros meses de 2023, atingindo um piso de até 20% ao final do quarto trimestre.

Trata-se de uma queda bem-vinda, dado que o preço médio de um SUV zero quilômetro está custando em média US$ 45.622 em setembro de 2022. Ou seja, US$ 3.462 a mais do que o mesmo período do ano passado.

Após a conversão para o real brasileiro, são R$ 244 mil na cotação do dia (valor médio de um SUV novo).

Trata-se de uma situação parecida ao mercado brasileiro, onde o setor de veículos usados está superaquecido desde 2020. Boa parte desse crescimento se deve à alta dos preços dos carros 0km, que tiveram sua produção quase paralisada devido à crise dos semicondutores, somada à disparada do dólar americano.

Aumento da taxa de juros

Além dessa ‘tempestade perfeita’ (crise dos semicondutores e valorização da moeda estadunidense), a J.P. Morgan atribui o aumento nos preços dos veículos à alta do custo de insumos e matérias-primas, atingindo particularmente os carros elétricos, que dependem do lítio, níquel e cobalto – componentes fundamentais das baterias.

Ainda que haja um alívio na indústria automobilística no ano que vem, a inflação ainda se fará presente na cadeia de suprimentos global, mas não níveis identificados entre 2020 e 2022.

Por isso, a expectativa é a redução dos preços e a recuperação lenta, mas constante, do mercado no ano que vem. Para efeito de comparação, segundo dados da Fenabrave, em outubro de 2022 o Brasil registrou uma queda próxima a 7% nas vendas em relação ao mês anterior devido à alta da taxa de juros.

Tendência de desvalorização de veículos usados

No entanto, ao contrário de 2021, as fábricas retomaram os volumes regulares de produção e, pela primeira vez em meses, reduziram a falta de estoques e o tempo de espera do cliente que deseja comprar um modelo zero km.

Essa mudança reflete nos preços dos veículos usados, que tendem a se desvalorizar no longo prazo.

Por fim, outra frente que também vai contribuir para a redução do valor dos seminovos é a a renovação das frotas de locadoras. Em outras palavras, isso fará com que os veículos de aluguel que ‘saíram do prazo de validade’ dessas empresas sejam ofertados nas concessionárias por um valor reduzido.

Com o aumento da oferta, inevitavelmente o preço cairá consideravelmente.

De toda forma, ainda que seja difícil prever o comportamento do mercado no futuro, o ano de 2023 tem potencial para uma melhoria mais rápida no ambiente de volume e uma normalização mais rápida nos preços.

Um possível freio para essa tendência seria a desaceleração da economia e da retração do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, o que não parece ser o caso.

Nesse sentido, com a “normalização” da produção e dos estoques de veículos novos, como o Hyundai HB20 2023, os preços dos seminovos devem cair por sucessivos meses até que uma nova tendência macroeconômica seja identificada.

O mercado automotivo brasileiro registrou 47.777 carros e veículos comerciais leves emplacados em outubro de 2022. Esse número representa um avanço de +16% sobre o 1º decêndio de setembro de 2022 e de +17,9% sobre o mesmo período de 2021.

Em 2022, o acumulado de veículos vendidos chegou a 1.440.800 veículos. Ainda assim, uma retração de -4,5% sobre o mês período acumulado do ano anterior.

A liderança de mercado está com a Fiat, com 21,1% de participação, seguida da GM (General Motors), com 16,6%.

+ Acessados

Veja Também