Pesquisadoras da Fundação MT alertam sobre manejo de doenças para próxima safra de soja

Pesquisadoras da Fundação MT alertam sobre manejo de doenças para próxima safra de soja

Antracnose, cercospora, ferrugem asiática da soja, mancha alvo e septoriose poderão ser as doenças vilãs na safra 2019/20 de soja. Elas podem, dependendo das condições climáticas, ocasionarem danos severos à cultura, consequentemente reduzirem a produtividade da lavoura. A recomendação é que os produtores rurais e sua equipe reforcem os cuidados com essas doenças.

De acordo com pesquisadoras da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso, Fundação MT, dessas doenças, a mancha alvo e a ferrugem são as que os agricultores devem ter mais atenção. Elas são doenças causadas por fungos.

“A mancha-alvo é uma doença que tem muitos hospedeiros, dentre eles a crotalária e o algodão. Áreas com plantio de cobertura com crotalária ou cultivo anterior de algodão estão propícias a ter maior incidência dessa doença, pois a fonte de inóculo é maior. Já a ferrugem da soja é disseminada pelo vento podendo atingir longas distâncias, não sendo dependente das culturas antecessoras”, explicou Josiclea Hüffner Arruda, Fitopatologista da Fundação MT.

Diante da incidência dessas doenças na sojicultora, o manejo integrado é ferramenta de controle que pode diminuir possíveis danos ou perdas. Para tanto, a orientação é o uso de sementes sadias e de boa qualidade; aplicação no momento correto, na hora exata, com o produto certo e na dosagem indicada; utilização de fungicidas multissítios aliados aos fungicidas sistêmicos; e escolha de cultivar que propicie controle eficiente em função do arranjo de plantas.

“Além disso, deve-se dar atenção à tecnologia de aplicação, para que o produto atinja o alvo de forma mais eficiente e sejam respeitadas as condições ambientais ideais de aplicação”, destacou Mônica Müller, Fitopatologista da Fundação MT.

Essas recomendações estão sendo repassadas pelas pesquisadoras no É Hora de Plantar que está sendo realizado nos municípios produtores do estado de Mato Grosso. Na palestra intitulada “Manejo de doenças em soja – reflexões e recomendações técnicas” elas apresentam informações sobre as causas, as ocorrências e os danos causados pelas principais doenças da cultura da soja. E reforçam a importância da integração das medidas de controle.

“Todas as ferramentas de manejo devem ser usadas. É só com integração de todas as áreas que é possível ter mais rentabilidade e sustentabilidade da lavoura”, disse a pesquisadora Josiclea Arruda.

Ambas pesquisadoras indicam o controle químico, cultural e genético para o manejo de doenças. Para o controle químico elas orientam o uso de fungicidas sítio específicos e dos fungicidas multissítios, também chamados de protetores.

O timming da aplicação é considerado por elas como essencial para a garantia da eficiência do produto. “Muitas vezes a falha no controle está relacionada com o timming. Fungicidas devem ser usados preventivamente pois seu efeito curativo é muito inferior”, pontuou a pesquisadora Mônica.

“Deve-se também rotacionar princípios ativos como estratégia de controle mais eficiente e estratégia de manejo da resistência, para que seja reduzida a pressão de seleção de cada grupo químico”, completou Josiclea. Já para o controle cultural e genético, as pesquisadoras orientam o plantio antecipado para fugir da época mais favorável à ocorrência de ferrugem da soja e o uso de variedades resistentes, respectivamente.

O É Hora de Plantar é realizado pela Fundação MT. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no local do evento. As próximas cidades a receberem a equipe do É Hora de Plantar serão:

Primavera do Leste – dia 25 de setembro a partir das 18h30 no Sindicato Rural

Campo Verde – dia 26 de setembro a partir das 18h30 n a Cooperfibra

Rondonópolis – dia 27 de setembro a partir das 18h30 na Fundação MT

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