Palestra aborda formas de tratar e prevenir a violência contra a mulher em Rondonópolis

Palestra aborda formas de tratar e prevenir a violência contra a mulher

Palestra aborda formas de tratar e prevenir a violência contra a mulher em Rondonópolis

No Dia da Mulher, a Secretaria Municipal de Saúde dá destaque para os cuidados que a mulher precisa ter em um mundo onde a agressão de gênero ainda é uma tônica. Com foco nessa questão, a Pasta promoveu, na manhã desta sexta-feira (8), no auditório do Tribunal do Júri, a palestra “Violência conta a Mulher”, com a representante da Secretaria de Estado e Segurança Pública, Sirlei Theis.

Sirlei, que é advogada, falou para um público de homens e mulheres e foi enfática ao alertar que a agressão não começa com um tapa, mas tem início com pequenas atitudes e possui nuances, se intensificando à medida que o tempo passa e o relacionamento prossegue, culminando, muitas vezes, no feminicídio.

Caracterizado pela perda da identidade da mulher, um relacionamento abusivo, segundo Sirlei, é marcado pelo ciúme, falta de confiança e controle emocional, entre outros sinais. “A mulher deixa de viver a própria vida e se torna refém do que o companheiro dita, se sujeitando a ofensas, xingamentos e outras formas de falta de respeito”, relata a advogada e detalha: “Em geral, a violência psicológica antecede a física. Assim, o controle financeiro, das roupas e atividades aparecem primeiro, como um prenúncio do que está por vir”.

Ela revelou uma realidade nada animadora para brasileiras e brasileiros: “O Brasil ocupa o quinto lugar no ranking mundial de casos de feminicídio e o Mato Grosso está em primeiro na escala nacional”. Essa informação alarmante deve levar a sociedade a refletir e procurar uma mudança de rumos, conforme ressalta a assistente social da Secretaria Municipal de Saúde, Edna Rodrigues, responsável pelo Programa de Violência e de Saúde Prisional: “Precisamos falar sobre esse assunto e agir propondo soluções, porque nem tudo está bem quando se trata do espaço que a mulher ocupa no mundo”.

Conforme Sirlei, o ciclo da violência se dá em fases: “Após a agressão, a vítima se afasta. Em seguida ela é procurada pelo agressor, que a convence a dar uma nova chance, argumentando que está arrependido. Assim que ela cede, recomeçam as agressões”.

Identificar os indícios de que vive uma ligação doentia é o primeiro passo para a mulher romper o vínculo, como atesta a representante da Secretaria de Segurança. “Ao notar que está em uma relação abusiva, a mulher deve se reaproximar de amigos e familiares que possam apoiá-la e, também procurar ajuda psicológica e jurídica, pois esses profissionais vão prepará-la para exercer seus direitos”, orienta. Sirlei observa que, frequentemente, apesar da mulher denunciar o homem, a dependência emocional permanece.

Na busca da cura de um relacionamento doentio, a vítima precisa resgatar sua autoestima. “A mulher precisa ter noção do seu valor e entender que ela é importante e suficiente. Se não estiver emocionalmente bem, ela releva os pequenos atos violentos que aparecem no início de um relacionamento até que a situação se agrave”.

É possível ainda, segundo a advogada, prevenir esse tipo de relação, observando, logo no começo, os indícios que o companheiro apresenta, e evitando a continuidade do laço afetivo.

Com o propósito de conscientizar a todos, sem distinção de gênero, sobre essa mazela, Sirlei ministra seus seminários acerca do tema: “Gosto de falar para famílias, homens e mulheres. Acredito que assistindo às palestras, o homem pode se identificar como agressor. Afinal, ele precisa buscar ajuda tanto quanto sua vítima. Só tratando ambos, vamos conseguir diminuir os índices de criminalidade, acabando ou, pelo menos, reduzindo a tendência comum de que, após o fim de uma relação, o agressor, em geral, procura outra vítima”.

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