MT é o 3º no país com maior taxa de estupros por habitante, diz estudo

Redação PH

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mt é o 3º no país com maior taxa de estupros por habitante, diz estudo

MT é o 3º no país com maior taxa de estupros por habitante, diz estudo

Mato Grosso tem a terceira maior taxa de ocorrências de estupro por habitante do país, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Em 2015, o estado registrou 45,3 casos por 100 mil habitantes, enquanto que a taxa média do país é de 22,2. Os números foram divulgados no 10º Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
O estudo mostra que foram registradas 1.478 ocorrências policiais especificamente sobre estupros em 2015 em Mato Grosso. Em comparação ao ano de 2014, quando foram contabilizados 1.300 casos, houve um aumento de 13% nos números. O ranking é liderado pelo Acre, que registrou 65,2 casos por 100 mil habitantes em 2015, seguido por Mato Grosso do Sul, que contabilizou 53,9 casos no ano passado.
Ainda sobre Mato Grosso, foram registrados 188 ocorrências sobre tentativas de estupro. A taxa no estado, nesse tipo de ocorrência, foi de 5,8, enquanto que a taxa média brasileira é de 3,4. No ranking das capitais, Cuiabá é a segunda capital brasileira com mais ocorrências de estupros por habitantes.
Em 2015, a capital mato-grossense registrou 66,3 casos por 100 mil habitantes. O levantamento mostra que foram contabilizadas 385 ocorrências policiais sobre estupros em Cuiabá, no ano de 2015. Em 2014 foram 285 ocorrências de estupro na capital. O ranking das capitais é liderado novamente por Rio Branco, no Acre.
Na avaliação do sociólogo Naldson Ramos da Costa, os casos de estupro têm relação com a cultura do estupro e do machismo, reforçada pela vulnerabilidade vivida pelas vítimas, tanto mulheres quanto homens.
“Além da vulnerabilidade social dessas vítimas, existe a ideologia da sexualidade, [despertada] muito cedo. Os homens se aproveitam usando a sua força para estuprar e são reforçados pela cultura machista da sociedade. Em alguns casos os estupros são dentro da própria família, sendo um tio, um primo, um avô. [O estuprador] encontra facilidade e tem a confiança da família, se aproveita da autoridade [por ser da família] e faz ameaças para que a vítima não conte a ninguém”, comentou Naldson.
Casos
Em setembro deste ano, uma estudante da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), no campus de Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, denunciou um professor do curso de medicina após ter sido supostamente filmada por ele dentro do banheiro.
Segundo a Polícia Civil, a aluna procurou a delegacia e registou um boletim de ocorrência para denunciar o caso. Por meio de assessoria, a UFMT informou que ainda não recebeu nenhuma denúncia sobre o ocorrido, mas que deve apurar o caso.
Na mesma época, estudantes protestaram contra a situação. As universitárias se pintaram de vermelho e usaram faixas na boca para protestar contra o desrespeito às mulheres.
A Polícia Civil já registrou 138 casos de estupro em Cuiabá e Várzea Grande, região metropolitana da capital, apenas durante o primeiro semestre de 2016. Esse número também engloba tanto os casos apurados pelas Delegacias Especializada de Defesa da Mulher quanto os casos de estupros de vulneráveis (menores de 14 anos), que são investigados pela de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente.

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