‘Morrendo de vergonha’, diz ministro sobre obra de hospital parado em MT

Redação PH

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‘Morrendo de vergonha’, diz ministro sobre obra de hospital parado em MT

Em passagem por Cuiabá nesta segunda-feira (24) para lançar um plano de enfrentamento à Hanseníase, o ministro da Saúde, Arhur Chioro, se disse “morrendo de vergonha” e “indignado” ao visitar as obras do Hospital Central do estado, construção iniciada em 1985 e jamais concluída. Ao lado do governador Pedro Taques, com quem negocia a possibilidade de retomada da estrutura para a instalação definitiva de um hospital, Chioro criticou as gestões passadas responsáveis pelo desperdício de dinheiro na estrutura, de 19 mil metros quadrados.

Governo do estado pretende aproveitar estrutura já levantada do Hospital Central para implantar nova unidade de saúde em Cuiabá. (Foto: Mayke Toscano / GCom-MT)

Em sua segunda visita a Cuiabá no ano, Chioro afirmou que o governador já havia lhe adiantado que gostaria de negociar junto ao governo federal uma solução para reaproveitar a estrutura já levantada do Hospital Central. Porém, o ministro se mostrou surpreso ao verificar pessoalmente a estrutura abandonada, localizada a poucos metros do Palácio Paiaguás (sede do governo estadual) no Centro Político Administrativo da capital.

“É diferente quando você vem aqui, olha essa realidade e fica, como brasileiro, indignado, morrendo de vergonha, ainda que seja da época da ditadura militar. De qualquer maneira a gente fica envergonhado de encontrar um investimento público tão mal colocado, que não se traduz em benefício para a população de Mato Grosso”, lamentou o ministro.

Iniciadas em 30 de março de 1985, as obras do Hospital Central foram paralisadas devido a indícios de desvio de verba pública em 1987, tendo sido retomadas em 1991 e, em seguida, paralisadas novamente. Com mais de vinte anos de abandono, a estrutura foi cercada e tomada pelo matagal e acabou se tornando símbolo da ineficiência do poder público em Mato Grosso.

Retomada

No início deste ano, o governador Pedro Taques anunciou que o estado já estudava uma forma de reaproveitar a estrutura terminada da obra. Foram realizadas análises de engenharia que atestaram a segurança da obra e a possibilidade de a estrutura ser utilizada. Segundo divulgou o governo ainda em janeiro, o espaço poderia ser reaproveitado para a instalação de uma nova maternidade com capacidade para 200 leitos. Cogitou-se inclusive licitar as novas obras até março deste ano, o que não se concretizou.

Além disso, não se definiu até hoje a forma com a qual o projeto deverá ser financiado e colocado em prática, o que passa a entrar em discussão entre o governo do estado e o Ministério da Saúde agora.

De acordo com o ministro Arthur Chioro, o governo precisa primeiramente se assegurar de que não há pendências jurídicas em relação à obra para que não sejam impedidos quaisquer novos convênios ou aportes financeiros por parte do governo federal.

Em seguida, deverá ser definido o modelo de retomada do projeto. Uma das opções mais viáveis, segundo o ministro, é obtenção de recursos por meio de emendas parlamentares da bancada mato-grossense na Câmara Federal e no Senado, o que pode ser combinado a recursos próprios do estado e arrecadados junto à iniciativa privada.

“Nós vamos trabalhar juntos agora para pensar um projeto. O governo de Mato Grosso vai apresentar ao Ministério da Saúde a sua proposta. Nós vamos estudar juntos tecnicamente qual a melhor alternativa e, se tiver viabilidade, não tenham dúvida nenhuma de que eu, como ministro, vou apoiar Mato Grosso a enterrar no passado essa chaga vergonhosa que nós encontramos aqui no meio da cidade. Nós temos que encontrar uma solução. Eu, quando vejo uma estrutura dessa, tenho que ficar indignado e me mobilizar junto ao governo do estado”, declarou o ministro.

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