Um meteoro raro com alta intensidade de luz explodiu no céu de Cáceres, a 220 km de Cuiabá, nessa sexta-feira (22). Ele foi visto por volta de 1h22 sentido oeste-leste e explodiu a aproximadamente 38 km do solo por ser muito intenso.
De acordo com o matemático Izaac da Silva Leite, que registrou o fenômeno, os meteoros explodem entre 60 km e 70 km do solo e como esse foi muito abaixo do padrão, a explosão pode ter deixado fragmentos no solo.
“Um meteoro nessas proporções não é tão comum. Eles são chamados de ‘Bólidos’ por serem bem mais intensos do que os meteoros comuns. Todas as noites registramos vários meteoros, porém nem todos tem essa intensidade de luz”, contou.
Izaac contou que não conseguiu calcular de forma precisa o local em que os fragmentos possam ter caído porque, geralmente, um meteoro tem o tamanho de um grão de areia, mas que certamente esse era maior.
De acordo com o matemático, o meteoro que explodiu em Cáceres aparentemente não pertence a nenhum radiante já catalogado e ainda não é possível determinar a composição química do meteoro, a menos que os fragmentos sejam encontrados.
Izaac faz parte da Rede Brasileira de Observação de Meteoro (Bramon), desde 2014, e possui várias câmeras monitorando o céu de Mato Grosso. Atualmente, a estação dele, fica no município de São Jose dos Quatro Marcos.
De acordo com ele, as outras estações localizadas em Mato Grosso não haviam registrado um fenômeno como esse.
“As outras estações não registraram esse meteoro. A intensidade dele também dificulta um pouco a análise. A princípio, ele estava sendo classificado como um meteoro esporádico, ou seja, que não pertence a nenhuma chuva de meteoro conhecida, ou já catalogada”, disse.
Em junho desse ano, Izaac registrou outro meteoro, mas foi abaixo do campo de visão das câmeras da estação e por isso só registrou o clarão da explosão.
Além das câmeras, ele tem um sistema de monitoramento do clima e descargas atmosféricas.
“É sempre emocionante registrar um evento dessa qualidade e me faz lembrar como somos pequenos perante a imensidão do universo. Também deixa um pouco de medo pensar que a qualquer momento podemos presenciar um evento bem mais intenso do que esse que pode ser capaz de destruir uma cidade ou algo pior”, disse.
