Médicos e economistas pedem lockdown

Médicos e economistas pedem lockdown

Duas categorias bem distintas passaram a falar a mesma língua, quando o assunto são medidas de combate a pandemia.

O Sindicato dos Médicos de Mato Grosso-Sindimed-MT emitiu um comunicado para sociedade alertando os governantes sobre a importância de medidas mais restritivas e de imediato. Entidade indicada uma paralisação total das atividades para a infectividade pelo coronavírus.

“As pessoas que hoje necessitam de uma vaga em enfermaria ou em uma unidade de terapia intensiva se contaminaram há cerca de 10 a 25 dias. Hoje, o sistema de saúde no Estado de Mato Grosso está colapsado. Conclui-se que essa medida de quarentena ou lockdown já vem com atraso considerável. Adiar ainda mais essa decisão pode trazer ainda mais desgraças às famílias mato-grossenses”, cita o Sindimed

Ainda segundo o sindicato que representa os médicos, a utilização de medidas mais restritivas tem o objetivo de interferir na cadeia de transmissão do vírus para aliviar os serviços de saúde, dando tempo de reestruturá-los e manter a assistência adequada à população.

Os profissionais ainda fazem alerta assustador caso, medidas drásticas não sejam apresentadas de imediato. “Se não forem tomadas essas medidas para conter a propagação do vírus, as pessoas vão morrer sem assistência médica e isso é uma situação extrema que pode inclusive sobrecarregar o sistema funerário”.

Economia

Quem agora fala a mesma língua dos profissionais de saúde, são os economistas. Em carta aberta, mais de 300 especialistas do setor afirmam que medidas eficazes farão o país sair mais rápido da pandemia e, assim, retomar os empregos.

Para o grupo de economistas, o Brasil é o epicentro mundial de contágio da covid-19, se aproximando da marca de 3 mil mortes por dia e 300 mil mortes totais pela doença, somado à falta de vacinas suficientes, profissionais médicos, leitos de UTI, insumos e o aumento da letalidade das novas variantes do vírus. O grupo afirma que só existem três soluções, que precisam ser usadas em conjunto: vacinação em massa, distanciamento social e uso de máscaras.

“A melhor combinação é aquela que maximize os benefícios em termos de redução da transmissão do vírus e minimize seus efeitos econômicos, e depende das características da geografia e da economia de cada região ou cidade. Isso sugere que as decisões quanto a essas medidas devem ser de responsabilidade das autoridades locais”, diz trecho da carta.
De acordo com o grupo, com o agravamento da pandemia e o esgotamento dos recursos de Saúde, muitos estados não possuem outra alternativa “senão adotar medidas mais drásticas, como fechamento de todas as atividades não essenciais e o toque de recolher à noite”.

O documento foi assinado por nomes como os ex-ministros da Fazenda Pedro Malan, Maílson da Nóbrega, Marcílio Marques Moreira e Ruben Ricupero, e os ex-presidentes do Banco Central Armínio Fraga, Affonso Celso Pastore, Gustavo Loyola, Ilan Goldfajn e Pérsio Arida, além de vários economistas de renome no cenário nacional e internacional.

Distanciamento com resistência

Dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) mostram que ainda há forte resistência da adesão ao distanciamento social em Mato Grosso. No último final de semana, apenas 36,87% da população aderiram ao isolamento, sendo o 2º pior estado do ranking.
Conforme os estudos mais recentes da comunidade internacional, o distanciamento social pode reduzir de 29% a 64% a taxa de transmissão do vírus.

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