Com produção de 295 toneladas de mandioca, 192 toneladas de frutas, 735 milhões de litros de leite, 457 toneladas de mel, 9ª posição no ranking nacional de produção de café, a agricultura familiar de Mato Grosso é uma potência. Com base nos números, o secretário de Agricultura Familiar e Assuntos Fundiários (SEAF-MT) da gestão Pedro Taques (PSDB), Corgésio Albuquerque, contestou as declarações do candidato Mauro Mendes (DEM) acerca de segmentos que integram o setor.
“De “inho” não tem nada! É uma produção gigante! E tem potencial para crescer ainda mais. Mauro desqualifica agricultura familiar”, afirmou o secretário.
Em encontro promovido pela Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), nesta segunda-feira (17.09), Mauro Mendes desqualificou a pequena produção rural, argumentando a falta de competitividade de determinados produtos que hoje são base de sustento para muitas famílias. “O tomate, o alface, a cenoura, aquelas coisinhas que eles ficam insistindo com alguns, criar galinha, ovozinho, não sei o que, aquilo não adianta meus amigos, aquilo tem um tamanho limitado”, afirmou Mauro Mendes.
Vice-presidente da Associação de Pequenos Produtores da Lagoa Azul, João Batista de Assis Carvalho, que há 15 anos vive no local disse que desde que chegou em Mato Grosso na década de 70, vindo do Maranhão, ele sonhava em ter a própria terra e ficou revoltado com a postura de Mauro Mendes em criticar a produção da agricultura familiar.
“Ele (Mauro Mendes) na verdade se esforça para agradar o pequeno, mas na verdade ele tem rei na barriga, já nasceu em berço de outro, não tem coração, não sabe o que é necessidade. Acordo cedo para dar comida aos meus peixes, para as minhas galinhas, pegar ovos e vender. É pouco? É. Mas é 40, 50 reais que entra. Para ele (Mauro Mendes) não é nada, mas pra mim é muito”.
Para o seo João, Mauro Mendes só pensa nos grandes agricultores, que colhem soja, algodão e milho. “Ele só pensa nos grandãos e não nos pequenos, esse é o povo dele, nós os pequenos, ele quer jogar a gente pra traça. Ele não tem humildade”, disse.
Conforme defendeu o secretário Corgésio, a gestão Taques criou uma Secretaria específica para o setor, a Seaf, e instituiu o Plano Estadual da Agricultura Familiar. Nos últimos anos, houve investimentos em Unidades de Referência Tecnológica, capacitação continuada de técnicos e de Agricultores Familiares e prestação de Assistência Técnica e Extensão Rural (nomeação de 125 novos técnicos para a Empaer) nas principais cadeias produtivas da Agricultura Familiar mato-grossense: leite, limão, mel, banana, café, arroz, peixe redondo e pirarucu.
Ele rebateu as críticas do candidato Mauro Mendes e a sugestão de uma política voltada aos commodities. “A atual gestão acredita na Agricultura Familiar de Mato Grosso que ocupa cerca de 80% dos estabelecimentos agropecuários e 60% da mão de obra do campo, e produz quase todos os alimentos consumidos diariamente pela população, e o melhor de tudo, de forma sustentável! ”, destacou.
O governo de Pedro Taques investiu cerca de R$ 38,5 milhões de reais em tratores, implementos agrícolas, resfriadores de leite, motocicletas, veículos diversos, bancas de feira e equipamentos de informática e de geoprocessamento, beneficiando os agricultores familiares de 139 dos 141 municípios de Mato Grosso.
