Mato-Grossenses embarcam para Brasileiro de Jiu-Jitsu com chances de pódio

Redação PH

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Mato-Grossenses embarcam para Brasileiro de Jiu-Jitsu com chances de pódio

Mato Grosso será representado no Campeonato Brasileiro de Jiu-Jitsu por 40 atletas. O evento, que ocorre uma vez por ano, será realizado de 30 de abril até 3 de maio, no município de Barueri, em São Paulo. Os mato-grossenses vão embarcar pelo Aeroporto Internacional Marechal Rondon, nesta quarta-feira (29.04). A disputa vai reunir 3.447 desportistas de todo país e credenciará os melhores resultados a competir no certame internacional.

A notícia acima não é totalmente verdadeira. Mas poderia ter sido. Se não fosse a falta de políticas públicas de incentivo ao esporte, por parte da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer de Mato Grosso, que além de não pagar as dívidas do ano passado, de convênios com as federações esportivas, ainda não apresentou um plano de investimentos para 2015. Deixando desamparadas 25 federações e aproximadamente 50 mil atletas.

De acordo com o diretor executivo da Federação Mato-grossense de Jiu-Jitsu e Lutas Associadas (FMTJJLA), Alexandre Galina, os governos anteriores sempre investiram no esporte e, principalmente, nos lutadores que competiam em eventos de grande porte. Segundo ele, o Brasileiro é o terceiro campeonato mais importante do mundo para o Jiu-Jitsu. E MT só enviará 15% dos 40 que poderia por falta de verba para pagar passagens, alimentação e hospedagem.

“Nossa federação está endividada. Não temos mais condições de apoiar os atletas. Temos uma dívida altíssima, por conta do que o governo nos deve, e nenhuma previsão de entrada de recursos. Nós levamos anos para formar lutadores com chance de se profissionalizar. Daí muda o governo e, irresponsávelmente, o novo decide abortar todo o trabalho. Os poucos atletas que vão ir estão tirando do próprio bolso ou fazendo rifas”, diz Galina.

Perda Irrecuperável

Para o estudante de Educação Física de 19 anos e faixa roxa de Jiu-Jitsu, Armando Felipe de Araújo Ribeiro, que já conquistou 3º lugar em Brasileiro e em campeonato internacional de Jiu-Jitsu e também foi campeão brasileiro e sul-americano de MMA, e que só disputará o brasileiro devido as doações de colegas de treino, aqueles que não forem terão prejuízos irrecuperáveis. Ele disse que a própria ida estava indefinida até ontem (28.04).

“Temos lutadores no ápice de suas categorias. Isso quer dizer que estão prontos para obter seus melhores resultados. Mas não vão ir por falta de investimento. Isso é desestimulante. O brasileiro é pré-requisito para competições internacionais. Quem não lutar ficará impedido de disputar os internacionais. Isso gera prejuízo para o currículo do atelta. São as participações em nacionais e internacionais que possibilitam captar patrocínios”, diz Armando.

Para o futuro estudante de medicina da UFMT e faixa branca de Jiu-Jitsu, João Pedro Giorgetta Régis, aos 18 anos, que ficou em segundo lugar na 19ª edição do mato-grossense e que iria pela primeira vez em uma competição nacional, a falta de investimentos faz qualquer atleta pensar duas vezes antes de decidir por continuar no esporte. Ele finalizou dizendo: “Fiquei bem triste e desanimado por não poder ir”.

Em negociação

Segundo o representante indicado pelas federações ao Conselho Estadual de Desporto de Mato Grosso (Consed-MT), Francisco Fernandes Júnior, procurado pela reportagem, foi realizada uma reunião, ontem (28.04), com o secretário chefe da casa civil, Paulo Taques e federações, em que o secretário prometeu regularizar a situação do esporte em 15 dias.

“O secretário disse que as políticas públicas para o esporte vão ser repensadas. Falou que entende a importância das federações e do esporte e que acompanha pessoalmente toda a situação. E ainda afirmou que tomará providências para que o esporte volte a andar no prazo de 15 dias. Nós acreditamos e vamos dar esse voto de confiança”, contou Francisco.

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