O presidente Lula, logo após anunciar o nome de Cristiano Zanin, que é seu advogado para vaga do ex-ministro Ricardo Lewandowski, que se aposentou do STF em abril, já anunciou que em outubro vai convocar uma mulher para a vaga de Rosa Weber, que vai deixar o Supremo, no mês de outubro deste ano.
Desta forma, a campanha para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indique uma mulher negra para ministra no Supremo Tribunal Federal (STF)ganhou mais força .
E dentro da lista que compõe os possíveis nomes que disputarão a vaga está a Desembargadora Federal do Tribunal Regional do Trabalho 23ª Região, Adenir da Silva Carruesco, nome consolidado por sua atuação há mais de 27 anos como Magistrada concursada no Estado de Mato Grosso, recentemente promovida como Desembargadora por merecimento, como também professora de Direito por mais de 10 anos.
A ação inédita na história , por uma mulher negra no STF, se intensificou com o apoio do ministro Silvio Almeida (Direitos Humanos) e Anielle Franco (Igualdade Racial), além disso em um discurso, o ministro do STF Edson Fachin chegou a defender que uma jurista negra ocupasse um cargo dentro do órgão.
O movimento foi reforçado por uma carta assinada por diversas entidades jurídicas, como a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, o Grupo Prerrogativas, o Coletivo de Defensoras e Defensores pela Democracia, a Associação da Advocacia Pública pela Democracia e a Coalizão Nacional de Mulheres.
Fundado há 132 anos, o STF jamais teve uma mulher negra em sua composição. Nesses anos, somente contou entre seus quadros três ministros homens negros, sendo o último deles, Joaquim Barbosa, aposentado em 2014.
A Desembargadora Adenir da Silva Carruesco recebe como uma grande honra o destaque do seu nome para indicação ao STF, afirmando a alegria em poder representar a transformação que o Brasil precisa para romper o ciclo de 132 anos de exclusão racial na suprema corte.
“Nunca uma mulher negra ocupou uma cadeira no STF. Em um país onde cerca de 56% da população é formada por negros, me parece que a indicação de meu nome representa a visibilidade para toda essa parcela de brasileiros e brasileiras. É preciso reflexão sobre o longo período de ausência de uma mulher negra na mais alta Corte do País. É uma nomeação de marco e influência histórica. É a representatividade e a diversidade do povo brasileiro chegando à mais alta corte”, reforça a desembargadora.
Adenir é nascida Santa Cruz do Monte Castelo-PR, filha de lavradores, iniciou os estudos em escola pública rural. Foi professora primária e em 1984, por concurso público, ingressou no Poder Judiciário do Mato Grosso do Sul. Em 1994 foi aprovada no concurso para juiz do trabalho no TRT23 e tomou posse. Atuou como professora universitária de 1998 a 2008. Em 2006 concluiu o mestrado em “Direito e Magistratura”. Em 2021, por merecimento, foi promovida a desembargadora.
“Evidentemente, há muitas mulheres negras com notório saber jurídico e reputação ilibada, que assim preenchem os requisitos constitucionais para serem Ministras do STF. Todas também comprometidas com o espírito emancipatório e progressista inerente à nossa Constituição Federal e com os direitos de trabalhadoras e trabalhadores em geral, foco desse Governo de Reconstrução”. diz um trecho da carta. “De toda forma, será uma vitória de todas”.
Adenir da Silva Carruesco ainda afirma que de todos os Presidentes que já passaram pelo nosso país, Luiz Inácio Lula da Silva é o que mais tem demonstrado sensibilidade com as questões de pluralidade e diversidade de nossos povos.
“Quando especialmente uma mulher negra chega à suprema corte, ela está abrindo caminho para toda uma multidão que nela se espelha. Cada criança negra desse Brasil, alimentada pela autoestima, terá a esperança e sentimento de empoderamento para acreditar que ela também pode chegar à mais alta corte do país ou onde seus sonhos alcançarem. Representar esse lugar é materializar o sonho de um Brasil mais humano”, finaliza Adenir da Silva Carruesco.
Durante a semana, ela esteve em Rondonópolis, participando de uma série de encontros em reuniões. Ela visitou veículos de imprensa, esteve na Câmara de Vereadores e na prefeitura com o prefeito Zé Carlos do Pátio e também esteve em um evento do Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Terrestre de Rondonópolis e Região.
