Indíos Tadarimana iniciam qualificação para curso de ajudante de obras

Redação PH

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Indíos Tadarimana iniciam qualificação para curso de ajudante de obras

Cinquenta indígenas de ambos os gêneros da aldeia Tadarimana, localizada no município de Rondonópolis (240 km ao Sul de Cuiabá), estão frequentando curso de ajudante de obras, resultado de uma parceria entre a Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social (Setas), Coordenadoria de Assuntos Indígenas da Casa Civil, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e Fundação Nacional do Índio (Funai). O curso faz parte do Plano Estadual de Qualificação (PEQ).

De acordo com a coordenadora de Qualificação da Setas, Karina Pinheiro, o curso terá 160 horas, é ofertado pelo Pronatec, com vagas exclusivas para a Terra Indígena Tadarimana (a aproximadamente 40km da sede do município), divididas em turmas de 25 alunos no período vespertino e 25 alunos no noturno. “Todo material necessário para a execução do curso está sendo disponibilizados pelo Senai”, informa a coordenadora.

O local onde está sendo ministrado o curso é na Escola Municipal Emi Leosidio Fermau, e a parte prática nos locais ocorrerá aonde houver serviços a serem executados, como barracão, posto de saúde ou escola. O instrutor Paulo César de Souza explica que serão 20 aulas em sala e 140 no canteiro. “Eles aprenderão a quantificar material, aplicar, conhecer na prática como manuseá-los. Enfim, não serão meros auxiliares, mas pessoas capacitadas para ajudar efetivamente o pedreiro”, detalha.

Professor há 29 anos, Valdemar Borobó, comemora a chegada do curso à aldeia. “Nós estávamos mesmo precisando de meios para motivar nosso povo, de ajudar os moradores a conseguir um emprego. Queiram ou não, nós indígenas temos que ser inseridos na sociedade. Este curso vai contribuir para melhorarmos nossa vida econômica e social”, afirmou.

Valdemar Borobó, que também está matriculado no curso de ajudante de obras, considera a iniciativa ainda mais importante para os jovens bororos. “Eles ficam muito tempo aqui sem fazer nada. Precisam aprender novidades, aprender uma profissão para ter um futuro melhor”, ponderou, sugerindo que a Setas e o Senai incluam mais adiante cursos de mecânico, técnicas de agricultura familiar.

Aos 33 anos, Joventino Kagariga, pensa em ter um emprego fora da aldeia para ajudar no sustento da família. Ele e a esposa, Suzemar Kagariga, de 31 anos, estão frequentando o curso.

O casal tem dois filhos e quer dar uma condição de vida melhor pra eles.

Bastante animadas, três amigas da aldeia Tadarimana estão apostando no curso. Eliane Enemare (39), Veralinda de Arruda (32) e Mara Cecília Arirugurendo (29) querem trabalhar na própria aldeia, ajudando os vizinhos e a si próprias a construir suas casas. Mas não descartam a possibilidade de conseguir emprego fora da aldeia como ajudantes de obra.

De acordo com a assessora pedagógica do Senai, Dircilei Honório Ferreira, a unidade de Rondonópolis, juntamente com a Setas, já está estudando a possibilidade levar o curso de Costureiro, na gratuidade, para a aldeia Tadarimana, tão logo seja concluído o atual.

A população indígena mato-grossense está dentro das prioridades do Governo do Estado e ações já começam a ser colocadas em prática com vistas a atender as demandas deste público.

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