Governo da Rússia diz que avião de Prigozhin pode ter sido derrubado e que investigará todas as possibilidades

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Yevgeny Prigozhin em imagem divulgada no dia 1º de junho de 2023 — Foto: Divulgação

Governo da Rússia diz que avião de Prigozhin pode ter sido derrubado e que investigará todas as possibilidades

O governo da Rússia afirmou, nesta quarta-feira (30), que investigará todas as possibilidades dos possíveis motivos pelos quais o avião particular do Grupo Wagner caiu na semana passada –inclusive crime premeditado.

Uma semana após a morte de Yevgueni Prigozhin e de seus homens de confiança no acidente de seu jato privado entre Moscou e São Petersburgo, os investigadores não deram nenhuma explicação ou pista sobre o motivo da queda.

O porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, afirmou nesta quarta-feira que o Comitê de Investigação da Rússia considera todas as possibilidades.

“Como não há conclusões, não posso formular as coisas com precisão, mas é evidente que existem diferentes versões, entre as quais, digamos assim, a de um crime premeditado. Portanto, vamos aguardar os resultados da nossa investigação russa”, disse ele.

No fim de semana passado, Peskov afirmou que as insinuações de que o avião tinha sido derrubado como “mentira absoluta” e “especulação”.

Enterro de Prigozhin

O chefe do grupo paramilitar foi enterrado na terça-feira em sua cidade natal, São Petersburgo, em uma cerimônia privada.

Na quarta-feira, seus apoiadores – alguns vestidos com os emblemas da organização armada – prestaram-lhe uma homenagem em seu túmulo, coroado com uma cruz de madeira e rodeado de flores.

O que é o Grupo Wagner?

O Grupo Wagner foi fundado em 2014 e é composto por mercenários. Eles eram ex-soldados de elite altamente qualificados chefiados por Yevgeny Prigozhin, oligarca ligado ao Kremlin que pode estar entre os mortos de acidente aéreo.

Acredita-se que Prigozhin expandiu o Wagner, recrutando prisioneiros, civis russos e estrangeiros. Segundo estimativas, o grupo pode ter mais de 20 mil soldados lutando na Ucrânia. Por ter ligação com o Kremlin, o grupo esteve envolvido em uma ampla gama de tarefas em conflitos e guerras civis.

Uma das primeiras missões do Grupo Wagner realizou foi na península da Crimeia, quando mercenários com uniformes sem identificação ajudaram forças separatistas apoiadas pela Rússia a tomar a região. A empresa paramilitar chegou a ser alvo de sanções dos Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia (UE).

Em fevereiro de 2022, após a invasão da Ucrânia pela Rússia, o governo Putin usou os mercenários no conflito. Contudo, contou cada vez mais com eles em batalhas importantes, como nas cidades de Bakhmut.

O Grupo Wagner já atuou na África para aumentar a segurança para mineradoras russas. Também há conhecimento sobre a presença de combatentes do Grupo Wagner na Síria.

Motim

Em junho, um motim no Grupo Wagner deixou o mundo em alerta sob o temor de uma guerra civil na Rússia. O levantamento armado dos mercenários ocorreu após queixas de Prigozhin de falta de envio de equipamentos pelo Ministério da Defesa ao grupo. Prigozhin também acusou o governo russo de promover um ataque contra acampamentos da organização.

Após o motim, a Rússia informou que o Grupo Wagner foi dissolvido, mas há relatos de que mercenários continuam sendo recrutados e que o grupo segue atuando na Síria, na Ucrânia e em países africanos.

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