Governador de Roraima propõe criação de programas sociais para garimpeiros que deixarem Terra Yanomami

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Fernando Frazão/Agência Brasil

Governador de Roraima propõe criação de programas sociais para garimpeiros que deixarem Terra Yanomami

O governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), propôs nesta terça-feira (7) – durante reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) – a criação de programas sociais para garimpeiros que deixarem a Terra Indígena Yanomami, no estado.

Integrantes da bancada de Roraima no Senado também participaram da reunião. Nas últimas semanas, mais de mil indígenas Yanomami em grave estado de saúde foram resgatados por equipes do Ministério da Saúde. Para o governo federal, o garimpo ilegal é o principal causador da crise sanitária.

“Temos que criar mecanismos para que [os garimpeiros] possam sair. Uma das ações é o desbloqueio do espaço aéreo. Criar novas áreas de mineração em cooperativa de garimpeiro, fora de área de indígena, lógico”, afirmou Denarium em entrevista após a audiência.

“Criar também programas sociais que possam atender essas pessoas, quando saírem da área que estão trabalhando. Uma série de ações que são propostas para solucionar o problema dos garimpeiros em áreas indígenas”, completou o governador.

Segundo Denarium, cerca de 90 mil indígenas vivem em Roraima e aproximadamente 50 mil pessoas vivem da atividade garimpeira no estado.

Após o encontro com Pacheco, o governador disse que será formada uma comissão externa de senadores para visitar o estado e elaborar propostas para efetivar a saída de garimpeiros ilegais da Terra Indígena Yanomami. Denarium também quer que o colegiado acompanhe as atividades da Polícia Federal e do Ministério Público na região.

‘São seres humanos’

O senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR) afirmou que os chefes do garimpo ilegal não estão na área e que os garimpeiros que estão deixando o local são “peões” que vão ficar sem fonte de renda. Por isso, estes precisam de assistência.

“Ilegal ou não, são seres humanos que estão lá dentro e precisam ser retirados de lá. Eles vão ficar sem emprego e sem fonte de renda”, afirmou.

“Porque os verdadeiros donos do garimpo, é bom que fique claro, não estão lá. São os peões que estão trabalhando para manter suas famílias, os donos do garimpo foram embora há muito tempo, de avião”, emendou Mecias.

Hiran Gonçalves (PP-RR) lembrou que Roraima já sofre uma crise social decorrente da imigração de venezuelanos e que, com a saída dos garimpeiros ilegais das áreas indígenas, haverá um agravamento da situação.

“Então, nós temos que cuidar para que não tenhamos lá um dano social maior”, concluiu.

A crise sanitária na Terra Indígena Yanomami levou o STF a abrir apuração para verificar o possível cometimento de crime de genocídio por parte de autoridades do governo Jair Bolsonaro.

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