Pelo menos 17 pessoas que estavam em um casamento foram mortas por engano por soldados afegãos. A intenção do Exército era revidar a um ataque na mesma região onde ocorria a cerimônia, no sul do país, mas as tropas acabaram errando o alvo.
Testemunhas afirmaram que os soldados dispararam depois que alguns convidados atiraram para o alto. O ato era para celebrar a chegada da noiva à casa do noivo.
O Exército disparou pelo menos dois morteiros contra a cerimônia. Entre os 17 mortos estão mulheres e crianças. O ataque deixou também outras 49 pessoas feridas.
"As tropas lançaram morteiros contra um casamento depois que os insurgentes atacaram na mesma zona um posto militar", justificou Mohamad Jan Rasulyar, vice-governador da província de Helmand (sul), onde houve o ataque.
O vice-governador disse ainda que os soldados afegãos acusados de disparar contra o casamento foram levados a um tribunal marcial. Quatro deles, incluindo um comandante, foram presos e levados à capital provincial, Lashkar Gah.
A guerra da Otan no Afeganistão terminou oficialmente no último domingo, quando a Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf) foi substituída pela missão "Apoio Decidido" de ajuda e formação do exército afegão, liderada pelos Estados Unidos.
Os talibãs publicaram na quarta-feira um comunicado no qual comemoravam o fim da missão de combate da Otan, depois de 13 anos mobilizada no país, e declaravam que não serão realizadas negociações de paz enquanto as tropas estrangeiras estiverem no Afeganistão.