Evento de lançamento do PLUZ foi concorrido em Cuiabá

Superintendente do Banco do Brasil em MT, Sotero Sierra Neto, fala no lançamento do programa de energia solar para pequenos negócios.

Evento de lançamento do PLUZ foi concorrido em Cuiabá

O sol vai aumentar sua parceria com a economia de Mato Grosso. O astro-rei já é fator decisivo na produção de grãos no estado e, agora, vai ajudar os pequenos negócios, permitindo a redução dos custos de micro e pequenas empresas com o consumo de energia. Esta é a previsão de José Valdir Santiago Jr, gerente da Unidade de Sustentabilidade nos Pequenos Negócios do Sebrae MT, declarada no evento de lançamento do PLUZ-Programa de Energia Solar Fotovoltaica para Pequenos Negócios, na noite de quinta-feira (26), no Centro Sebrae de Sustentabilidade (CSS), em Cuiabá.

 

Cerca de 170 pessoas, entre empresários e profissionais de Cuiabá e do interior do estado, lotaram o auditório e o grande salão do CSS, onde foram instalados telões para que todos pudessem acompanhar as palestras e fazer perguntas. O programa PLUZ é fruto da parceria entre Sebrae MT, Banco do Brasil e WEG. Participaram do evento de lançamento: o superintendente do Sebrae MT, José Guilherme Barbosa Ribeiro; o superintendente do Banco do Brasil em MT, Sotero Sierra Neto; o gerente geral de vendas de energia solar fotovoltaica da WEG, Harry Schemelzer Neto.

 

“É a hora de abraçar esta oportunidade que está surgindo. A energia solar é o que vai dominar o mercado, principalmente em MT, por causa do sol”, afirmou Manuel Cordeiro da Silva, da MM Energia de Pontes e Lacerda. Ele será um dos capacitados pela WEG em MT para prestar serviços em energia solar fotovoltaica. Entusiasmado, Manuel disse que o PLUZ vai gerar emprego, renda e estabilidade para sua empresa.

 

FCO

 

O PLUZ conta com recursos do BB/ Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO), que opera atualmente com taxas de juros atrativas, entre 6 e 7% ao ano, para financiar a implantação de tecnologia solar nas empresas interessadas. O prazo para a adesão ao BB/FCO tem duração de 60 dias e se encerra em 31/07/2018.  O Sebrae pode ser avalista complementar de financiamentos para pequenos negócios por meio do Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe), garantindo até 80% da operação no BB.

 

Equipamentos

 

A WEG, uma   grande  empresa brasileira, atuante em 14 países e fabricante de equipamentos elétricos, é uma das empresas fornecedoras de kit fotovoltaico (módulos fotovoltaicos, inversores, proteção, cabeamento, e estrutura) e que também se dispõe a capacitar e contratar pequenos integradores (profissionais e pequenos negócios que atuam no segmento de energia e eletricidade) no Estado para serviços de instalação e manutenção dos sistemas implantados por meio do programa PLUZ, proporcionando oportunidades para empresas locais.

 

Consultoria

 

O Sebrae MT vai apoiar os empresários, elaborando o estudo de   viabilidade técnica e financeira e também desenvolvendo o  projeto elétrico do sistema de energia solar fotovoltaica.  É importante destacar que um sistema de geração de energia solar fotovoltaica é capaz de produzir energia elétrica por cerca de 25 anos e reduzir o consumo energético em 100%.

 

BB

 

O superintendente do BB informou que, em 2017, o banco aplicou R$ 3 bilhões do FCO em MT. Cinquenta e oito por cento (58%) foram destinados às micro, pequenas e médias empresas. “Agora, temos mais R$ 3 bilhões, para este ano, e novamente não vamos devolver nada. Não há taxa de juros melhor no mercado do que a nossa. O projeto estará pago em quatro anos e meio a cinco anos”, informou Sotero.  Ele salientou que investir na redução de custos das empresas é a estratégia ideal para o momento atual. O investimento em um projeto de energia solar será pago, em aproximadamente cinco anos, segundo Sotero.

 

O custo da energia elétrica em Mato Grosso é o terceiro mais caro do país, atrás apenas do Pará e Estado do Rio de Janeiro, segundo estudo da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).   A energia é insumo fundamental e estratégico, utilizado por 79% das empresas e podendo representar mais de 40% de seus custos de produção, ainda de acordo com a Firjan.

 

Referência solar

 

O superintendente do Sebrae MT, José Guilherme, destacou que o índice de irradiação solar no estado mato-grossense é um dos mais altos do Brasil.  “O sonho é que o Mato Grosso se torne referência em energia solar. Buscamos o Banco do Brasil e a WEG, porque sozinhos não conseguiríamos realizar o PLUZ. Cooperação é a palavra de ordem no mundo atual. Temos de juntar nossos saberes para termos sucesso”, declarou.

 

José Guilherme ressaltou que é preciso diversificar a economia de Mato Grosso, reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) nas atividades empresariais e que as comunidades mais carentes também serão beneficiadas pela energia solar fotovoltaica.

 

“Em missões técnicas do Sebrae MT à Alemanha, vimos que lá eles aproveitam tudo que têm. Nós contamos com tanto sol, mas não sabemos aproveitar”, lamentou. Segundo o Atlas Solamétrico Brasileiro, o índice máximo de irradiação solar em Mato Grosso é de 2.000 KWh/ano/m²,   e no Brasil é de 2.800 kWh/ano/m², enquanto que na Alemanha é de 1.200 KWh/ano/m².

 

De acordo com José Valdir Santiago, engenheiro eletricista e coordenador do PLUZ no Sebrae MT, o sol pode realmente se tornar fonte renovável e limpa de energia mais barata para o estado mato-grossense. Até o momento, em MT apenas 2%, cerca de 500 unidades, estão conectadas ao sistema de geração distribuída de energia do país – no Brasil são mais de 25 mil unidades, acrescentou.

 

Boom solar

 

O representante da WEG, Harry Schemelzer Neto, disse que a energia solar fotovoltaica teve seu boom (explosão) no Brasil, em 2016. Antes, o ritmo de adesão à energia solar era devagar. A primeira usina de energia fotovoltaica montada pela WEG foi em Fernando de Noronha (PE), em 2011, quando a energia solar começou a acontecer no Brasil.

 

Ele explicou que a WEG tem parceria com chineses para a fabricação dos módulos solares, mas a produção dos inversores – o coração do sistema – é feita pela própria empresa.

 

Neto destacou a implantação de usina solar fotovoltaica flutuante, dentro de um lago, feita pela WEG em Goiás; a parceria com a construtora MRV,  que está construindo e entregando condomínios de apartamentos, desde o ano passado, com energia solar fotovoltaica; e uma usina compartilhada de 6 MW (megawatt) em MG, cujos proprietários vão alugar energia para interessados.

 

“Queremos ter mais integradores em MT”, anunciou o gerente da WEG. A linha do FCO é a mais atrativa do mercado e o preço da energia no estado deverá ficar em torno de R$ 3,5/kWp, um preço bem agressivo, avaliou.

 

Competitividade e eficiência

 

O analista e economista do Sebrae MT, Fábio Apolinário da Silva, chamou a atenção dos presentes para a redução de custos das empresas como fator de aumento da competitividade. “Para lucrar mais, é preciso aumentar receitas e produtividade e diminuir custos”, afirmou.  Para ele, o Brasil está perdendo em competitividade, porque está perdendo em produtividade. A energia solar fotovoltaica significa inovação e mais eficiência, destacou.

 

“Quanto mais cara é o custo da energia, o tempo de retorno do investimento em tecnologia solar é menor”, resumiu o economista.

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