A guerra de nervos entre as bancadas de situação e oposição na Câmara de Vereadores de Rondonópolis deixou o grupo de coordenadores da rede municipal de educação sem o aumento da gratificação; o motivo é que o projeto de Lei de autoria do executivo que versava sobre a questão acabou sendo retirada do Poder Legislativo e não deve mais voltar à pauta da Câmara, neste ano.
Possivelmente, no ano que vem, dependendo do pensamento do novo gestor que será eleito em outubro e do humor da nova Câmara que será formada.
O líder do prefeito na Câmara Municipal, vereador Reginaldo Santos (PSB) usou, na sessão de ontem, a estratégia de fatiar os projetos que preveem a criação de novos cargos na estrutura organizacional de diversas secretarias municipais, de acordo com reportagem do jornal A Tribuna.
Dos seis projetos que estão na Casa de Leis, ele colocou apenas o que trata do aumento da gratificação de R$ 1.554,12 para R$ 2.102,94 para quase 100 coordenadores escolares. Porém, não adiantou e, pela quarta vez, ele optou por retirar da pauta.
Assim como na reunião da Ordem do Dia na terça-feira, um grupo de coordenadores foi até a sessão de ontem com o intuito de pressionar os vereadores que, em sua ampla maioria, têm se mostrado resistentes aos polêmicos projetos encaminhados pelo prefeito Zé Carlos do Pátio. Contudo, tiveram de voltar para suas casas frustrados, sem ver o projeto aprovado.
Os vereadores oposicionistas viram na estratégia do líder de Pátio, em “fatiar os projetos”, como uma “manobra” para tentar jogá-los contra os coordenadores escolares que estavam nas galerias.
Então, os parlamentares deram o troco e apresentaram uma emenda, assinada por 14 vereadores, aumentando o valor da gratificação a ser pago pelo município aos coordenadores.
“O prefeito está dizendo que quer valorizá-los, então propomos uma emenda aumentando de fato o valor desta gratificação”, justificou o vereador Roni Magnani (PSB).
“É uma pegadinha o que ele (Pátio) quer fazer. Sobe esta gratificação em pouco mais de R$ 500 e, no final, fica bem menos que isso, pois se aumenta o desconto do Imposto de Renda. Então, já que está dizendo que tem recurso para isso com a criação de cargos, propomos esta emenda para aumentar a gratificação para pouco mais de R$ 2.900”, completou Roni Cardoso (UB).
Diante da emenda apresentada pelos 14 vereadores, em meio à muita discussão no plenário, o vereador Reginaldo optou pela retirada da pauta.
Leia mais sobre o assunto: Projeto de reestruturação de cargos deve voltar à pauta da Câmara pela quarta vez
“Estas propostas chegaram para ser votadas no início do mês. Retirei outras vezes, pois os vereadores disseram que derrubariam os projetos. Nunca foi apresentado emenda. Agora, querem colocar emenda neste aqui. Então, tiramos da pauta. Não vamos jogar galera”, avisou Reginaldo.
O vereador Dr. Jonas Rodrigues (MDB) criticou a decisão do seu colega. Lembrou que as mensagens do Executivo chegaram na Casa no início do mês com pedido de urgência.
“Infelizmente, o que está colocado aqui é uma novela que vem se arrastando há quase quatro semanas. Se foi tirado de pauta não é urgente assim como a administração diz”, citou.
Decano da Casa, o vereador Adonias Fernandes (MDB) lamentou a decisão tomada por Reginaldo Santos. “Mais uma vez, vem aqui e retira o projeto, sob alegação de que a emenda é inconstitucional. O projeto é do Executivo e quando chega aqui qualquer vereador pode fazer emenda. Estão brincando com estes coordenadores. Não vou ficar aqui de ‘bandido’ para vocês (coordenadores). Amanhã, mais uma matéria do A TRIBUNA vai dizer que o líder retira o projeto pela quarta vez”, comentou.
O emedebista aproveitou ainda para mandar um recado para o líder do prefeito. “Estão brincando com os coordenadores. Você (Reginaldo) está entrando num buraco que vai ser tarde quando o senhor acordar. Estou te alertando como amigo”, completou Adonias.
Fique por dentro das discussões e atualizações sobre esse tema. Acompanhe o Instagram e Twitter do Primeira Hora.
