Escolas da rede pública municipal de ensino de Cuiabá participam de projeto para coleta de óleo de cozinha usado

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Jorge Pinho/Prefeitura de Cuiabá

Escolas da rede pública municipal de ensino de Cuiabá participam de projeto para coleta de óleo de cozinha usado

Doze unidades educacionais da rede pública municipal de ensino de Cuiabá que atendem alunos da Pré Escola (Educação Infantil) até o 6º Ano (Ensino Fundamental), vão participar do projeto ambiental LEVO (Local de Entrega Voluntária de Óleo). O projeto, uma parceria da Águas Cuiabá, Prefeitura de Cuiabá-Secretaria Municipal de Educação, a startup de educação ambiental Teoria Verde e a Biomavi Reciclagem, responsável pela compra e reutilização do material coletado, foi lançado na manhã desta terça-feira (31), na Sala de Imprensa da concessionária.

O projeto tem como objetivo destinar de forma adequada o óleo de cozinha para que seja reutilizado e retorne ao sistema produtivo.  Além da coleta do oleo usado nas escolas, os estudantes também poderão trazer o óleo usado de suas casas para os pontos de coleta.

Ao todo serão 17 pontos de coleta. Além das unidades educacionais localizadas em bairros onde a concessionária tem obras em andamento, haverá postos de coleta na sede (bairro Carumbé) e na loja de atendimento da Águas Cuiabá, na Prainha, em duas unidades do Supermercado Comper  (bairro Jd. Itália e outro a definir) e no Fort Atacadista da Av. Miguel Sutil.

A assessora pedagógica da Coordenadoria de Programa e Projetos, Andréia Mesquita Foratto explicou como as atividades serão desenvolvidas. “A proposta é que enquanto os estudantes estiverem em atividades pedagógicas remotas, as equipes gestoras e professores farão um trabalho de sensibilização por meio de WhatsApp e outras plataformas. Quando os estudantes forem buscar as atividades impressas poderão levar o óleo de cozinha usado. Quando as atividades presenciais no formato híbrido forem retomadas, serão realizadas as palestras e ações de educação ambiental. Nas residências, os alunos acondicionam o óleo usado em garrafas pets e no dia determinado para a coleta, levam o produto para a unidade educacional”, explicou Andréia Foratto.

Por meio da parceria serão produzidos materiais educativos sobre sustentabilidade, que serão disponibilizados aos estudantes, explicou Jean Peliciari, fundador da startup Teoria Verde. “Já estamos sofrendo com as consequências de atitudes nada sustentáveis, da falta de preservação e cuidado com o meio ambiente. Com este projeto, além de dar destinação correta à um dos resíduos mais degradantes para a natureza, visamos também o ensino e educação das futuras gerações, na esperança de que cresçam e tornem-se cidadãos sustentáveis”, salientou Peliciari.

Reciclagem

A empresa de reciclagem vai destinar à unidade educacional 30% do valor comercializado do produto. Esse recurso será utilizado de acordo com as deliberações dos Conselhos Escolares, para iinvestimentos em melhorias nas unidades educacionais com a aquisição de equipamentos ou na ambiência escolar.

William Figueiredo, diretor geral empresa, falou sobre a importância do trabalho que será feito com as escolas. “As crianças levam as informações para casa e ajudam na conscientização dos pais e da própria família. Hoje 12 escolas estão envolvidas, mas o nosso objetivo é atender a todas. Quanto mais escolas participarem melhor e a Águas Cuiabá dará todo o apoio necessário, sempre pensando na preservação do Rio Cuiabá e do rio Coxipó”, disse ele.

Conscientização

Ao despejar na pia, no vaso sanitário ou ralo, o resíduo do óleo de cozinha usado acumula-se nas paredes dos canos e retém outros materiais que passam pelo local. Além de entupimentos, pode causar o ‘infarto’ do sistema de esgoto com sérios problemas para manutenção das redes além de aumentar os custos do tratamento de água.

“Um dos grandes desafios para o sistema de coleta e tratamento de esgoto é o descarte indevido de resíduos por meio da rede interna das residências e comércios, dentre os quais o óleo de cozinha. Além de danificar o encanamento interno do imóvel e as tubulações da rede pública de coleta, o descarte irregular deste material direto no ralo da pia pode causar o entupimento das tubulações, sendo um dos causadores dos extravasamentos de esgotos nas ruas”, explica Talita Galvão, coordenadora de Sustentabilidade da Águas Cuiabá. “Além disso, o óleo chega nas Estações de Tratamento de Esgoto em forma de gordura. Solidificado, ele pode danificar os equipamentos utilizados no transporte e tratamento, impactando diretamente na eficiência do serviço”, destacou ela lembrando que cada litro de óleo pode contaminar até 25 mil litros de água.

A coleta seletiva de óleo de cozinha é obrigatória em Cuiabá e foi estabelecida pela Lei nº 6.475, aprovada em 2020. De acordo com a norma, creches e escolas do município devem separar o óleo de cozinha utilizado em recipientes fechados e destinar o resíduo a organizações não-governamentais, associações ou cooperativas licenciadas para o tratamento deste material.

A diretora da EMEB Vereador Paulo de Campos Borges, Gisele Marcondes Rodrigues disse que 336 estudantes da Pre Escola, até o 3º Ano do Ensino Fundamental, estarão envolvidos no projeto. “A educação ambiental é necessária e começa com um trabalho de formiguinha, com a criança reforçando junto a família as boas práticas aprendidas na escola. Além de ser jogado na pia e no ralo, o óleo de cozinha também é jogado no quintal de casa e acaba indo parar no lençol freático. Precisamos pensar nisso e colaborar com a natureza. Na nossa escola já temos projetos voltados para a educação ambiental que envolvem toda a comunidade”, explicou Gisele.

Escolas participantes

As escolas que participam do projeto piloto são as Escolas Municipais de Educação Básica (EMEB) Maria Lucila da Silva Barros, Orzina de Amorim Soares, Pedrosa Moares e Silva, Dejani Ribeiro Campos, Marechal Rondon, Vereador Paulo de Campos Borges, Maria Tomich Monteiro da Silva, Profª. Esmeralda de Campos Fontes, Profª. Guilhermina de Figueiredo, Quintino Pereira de Freitas, Profª Gracildes de Melo Dantas e Prof. Ezequiel Pompeu Ribeiro de Siqueira.

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