Dólar fecha a R$ 5,40 e tem maior cotação desde julho

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Valter Campanato/Agência Brasil

Dólar fecha a R$ 5,40 e tem maior cotação desde julho

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O dólar fechou em mais um dia de alta nesta quinta-feira (17), refletindo a cautela dos investidores com a PEC da Transição, anunciada ontem pela equipe de transição do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e à espera de quem será o ministro da Fazenda no próximo governo.

A moeda norte-americana subiu 0,37%, vendida a R$ 5,4006. É a maior cotação desde 22 de julho, quando fechou a 5,4977. Na máxima desta quinta, chegou a R$ 5,5298. 

Na quarta-feira, o dólar fechou em alta de 1,53%, cotado a R$ 5,3806, mas chegou a encostar nos R$ 5,40 na máxima do dia. Com o resultado desta quinta, a moeda acumula alta de 4,55% frente ao real no mês. No ano, tem queda de 3,12%.

O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, opera em queda nesta quinta. Às 16h29, o índice recuava 2,19%, a 107.832 pontos.

O que está mexendo com os mercados?

No cenário doméstico, o principal ponto de atenção dos investidores é com o rumo fiscal do Brasil no próximo governo. Na quarta-feira, a equipe de transição coordenada pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, apresentou a PEC da Transição ao Congresso.

Essa PEC tem como objetivo liberar cerca de R$ 175 bilhões no Orçamento de 2023 além do teto de gastos, para custear as principais promessas de campanha de Lula. A continuidade do Auxílio Brasil (que seria rebatizado de Bolsa Família) de R$ 600, um auxílio extra de R$ 150 para crianças pequenas e o reajuste do salário mínimo são algumas dessas promessas.

Para economistas, o furo do teto de gastos leva à desvalorização do real, afugenta investidores, leva o país ao endividamento e traz inflação maior, o que força o Banco Central a manter as taxas de juros elevadas e desvaloriza os ativos brasileiros.

Mauro Morelli, estrategista da Davos Investimentos, comenta que a regra do teto de gastos foi criada para que a relação entre a dívida brasileira e o PIB do país não tivesse um “percurso explosivo”.

“Sempre que existir algo que fura o teto, que está fora da regra, cresce a probabilidade de termos uma relação entre dívida e PIB explosiva, o que preocupa quem está olhando para o Brasil do ponto de vista dos investimentos”, explica Morelli.

O estrategista destaca, porém, que o fato de o país contar com uma regra de teto de gastos, mesmo que ela possa ser vista como “ruim”, é melhor do que se não tivesse nenhum tipo de controle. Além da PEC, investidores também seguem atentos a quem será o novo ministro da Fazenda.

Nos Estados Unidos, o dia é marcado por discursos de membros do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que podem sinalizar o rumo da política monetária no país. Atualmente, as taxas de juros americanas estão entre 3,75% e 4,00% ao ano e, em sua última reunião, o Fed já sinalizou que novas altas, mesmo que menos expressivas, devem vir pela frente.

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