Delegado diz que modelo morta fez ‘coquetel de procedimentos’

Redação PH

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Delegado diz que modelo morta fez ‘coquetel de procedimentos’

A modelo Raquel Santos se submeteu a um “coquetel de procedimentos” antes de morrer na última segunda (11), segundo o delegado da 79ª DP (Jurujuba). De acordo com Mário Lamblet, entre os dias 4 e 11 deste mês, Raquel fez aplicação nas nádegas em uma clínica na Barra da Tijuca, fez um canal no dente, que requer anestesia, aplicou anabolizantes na sexta-feira (8), e ainda tomou rivotril.

“A gente percebe que ela se automedicava muito. Com o ácido hialurônico, foram cinco procedimentos”, afirmou o delegado. A modelo passou mal depois de se submeter a um procedimento estético com o cirurgião Wagner Moaes e foi levada para o Hospital Icaraí, em Niterói.

De acordo com Lamblet, diligências serão feitas na clínica da Barra onde ela fez aplicação nas nádegas e duas enfermeiras da clínica e o administrador do hospital vão ser ouvidos ainda nesta sexta na delegacia.

Segundo o delegado da 79ª DP (Jurujuba), o médico e o marido da modelo, Gilberto de Azevedo, relatam de maneira diferente a chegada da modelo ao hospital. "O médico afirma que ela chegou ao hospital ainda com vida, reclamando de dores. O marido afirmou que ela já chegou com os lábios roxos e com problemas sérios para respirar", afirmou Mario.

Durante o velório de Raquel, na quarta (13) , o viúvo, Gilberto Azevedo, disse que ela estava fazendo preenchimento nos glúteos e no rosto e passou mal durante o processo. "Ela era fascinada por isso, carnaval, malhar, essas coisas. E ela queria sempre mais. Eu achava que ela, feia ou bonita, era ótima. Mas ela queria sempre mais, sem necessidade", lamentou.

Após prestar depoimento, Wagner Moraes declarou estar "tranquilo" com o caso. Ele negou que tenha algo a ver com a morte de Raquel. "Ela tinha outros hábitos nocivos e omitiu informações de mim" , afirmou ele, acrescentando que não é médico, e sim cirurgião: "Eu sou cirurgião, de qualquer forma. Mas nem cirurgia eu fiz", justificou-se.

A advogada de Moraes, Veronica Lagassi, afirmou que "mais importante" é o fato de que Raquel sonegou a informação de que fazia uso de anabolizantes. "O que aconteceu poderia ter acontecido em uma academia, ou em qualquer lugar. O que tem que ser falado é a questão do anabolizante que ela utilizava. O marido afirmou ao médico que ela utilizava, mas só depois que a Raquel passou mal", disse a advogada.

Os médicos da equipe que atendeu a modelo irão prestar depoimento às 18h desta quinta. O marido é esperado na 79ª DP às 10h desta sexta-feira (15). "Esperamos com o depoimento da equipe dirimir a dúvida, se ela chegou morta ou não ao hospital", disse o delegado.

O advogado da família de Raquel, Raphael Marraschi, disse que o marido da jovem tinha conhecimento dos procedimentos realizados por ela anteriormente, mas que é preciso esclarecer se houve negligência por parte do Dr. Wagner no socorro dela.

"Durante um lapso temporal de sete dias, mais ou menos, ela já tinha feito outros procedimentos de cirurgia estética, mas a questão que a gente está colocando é que isso, necessariamente, não tem a ver com a causa do óbito dela. A gente vai esperar o término das investigações e, o Dr. Mário concluindo que a conduta do Dr. Wagner teve algum nexo de causalidade com o óbito, ele vai sofrer as consequências civis e criminais do ato dele. Agora, se ele concluir que o Dr. Wagner não teve culpa, ele não vai responder por isso", disse o advogado.

Segundo Marraschi, houve um lapso temporal muito grande entre o momento em que ela começou a passar mal e o momento que ela foi levada ao hospital.

"Ela ficou durante um tempo no oxigênio, umas duas horas mais ou menos, até ser levada ao hospital. Segundo a família, o Dr. Wagner teria saído do local, teria deixado duas pessoas tomando conta dela, e ao retornar verificou que ela já não estava passando bem e pediu para levar até o hospital", completou.

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