Coreia acusa Nissan de falsificar dados de emissões do SUV Qashqai

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Coreia acusa Nissan de falsificar dados de emissões do SUV Qashqai

A Coreia do Sul anunciou que multará a Nissan pela falsificação de dados de emissões de poluentes do SUV Qashqai equipado com motor a diesel. A multa será de 330 milhões de won (US$ 280.000), disse o ministério sul-coreano do Meio Ambiente em um comunicado. A montadora nega irregularidades.
"Nossa investigação (…) chegou à conclusão de que a Nissan manipulou ilegalmente dados de emissões", informou a nota do governo sul-coreano. A montadora será obrigada a fazer o recall de 814 exemplares do modelo, que é importado do Reino Unido. O motor a diesel é da Renault, com montadora francesa com a qual a Nissan mantém uma aliança.
Sistema desligou mais cedo
Segundo o governo coreano, a fraude do Qashqai seria semelhante à da Volkswagen, em que um dispositivo entra em ação para regular a emissão de poluentes. Em condições normais de rodagem, a emissão é maior do que a verificada nos testes.
Um diretor do Ministério do Meio Ambiente da Coreia, Hong Dong-kon, afirmou que o sistema de reduz as emissões de poluentes nos SUV da Nissan parou de operar quando o motor atingiu a temperatura de 35ºC, cerca de meia hora após ser ligado.
"Normalmente, os carros desligam o sistema de redução da emissão quando o motor atinge 50ºC, para evitar superaquecimento. O Qashqai foi o único veículo que fez isso com 35ºC", explicou.
Segundo Hong, com o sistema desligado, o nível de emissão de poluentes no modelo era semelhante ou levemente superior ao dos carros a diesel da Volkswagen acusados de usar um software para fraudar testes.
Outro lado
De acordo com o "Wall Street Journal", a Nissan negou o uso de dispositivo para burlar inspeções, informando que nenhum outro país a acusou dessa irregularidade. "A Nissan não empregou e não emprega dispositivos ilegais em nenhum carro que fabricamos", disse o porta-voz Dion Corbett.
Ele afirmou que a Nissan tem sido aprovada conforme as regras sul-coreanas como um veículo testado na Europa e que atende aos regulamentos do Euro 6, que é o nome do atual programa da região para emissão de poluentes. "Após testes rigorosos e padrões semelhantes aos testes sul-coreanos, autoridades da União Europeia concluíram que veículos avaliados não usam dispositivos irregulares", disse Corbett, conforme reportou o "Wall Street Journal".
A investigação na Coreia do Sul, iniciada após o estouro do escândalo da Volkswagen, envolveu 20 modelos de veículos a diesel.
Outras montadoras
Em janeiro último, o governo francês afirmou que investigava a Renault por suspeita de inconformidade de veículos da montadora com normas de emissões de poluentes. A França divulgou que a Renault e "várias fabricantes de outros países", que não foram apontadas, descumprem normas de emissões de CO2 e óxido de nitrogênio (NOx). A investigação ainda não havia sido concluída na época.
Ao comentar a divulgação, o presidente da Renault Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn, afirmou que a suspeita não envolvia o uso de dispositivo fraudulento e reclamou de tratamento injusto. A Renault anunciou o recall de 15 mil carros, para verificação do sistema de filtração.
No mês passado, outra montadora japonesa, a Mitsubishi, reconheceu ter utilizado desde 1991 um método inadequado para os testes de medição de eficiência energética de seus veículos. Na semana passada, a Nissan anunciou a compra de 34% das ações da montadora, tornando-se sua controladora.
O caso da Volkswagen envolve, de acordo com a própria fabricante, 11 milhões de veículos em todo o mundo, de diversas marcas do grupo, que estão sendo corrigidos.

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