Consultora em amamentação oferece palestra sobre amamentação a gestantes e puérperas atendidas em UBS do bairro Pedra 90 neste sábado (21)

Prefeitura de Cuiabá

Prefeitura de Cuiabá

Elza Fiuza/Agência Brasil

Consultora em amamentação oferece palestra sobre amamentação a gestantes e puérperas atendidas em UBS do bairro Pedra 90 neste sábado (21)

A enfermeira, consultora em amamentação e pós-graduanda em Cuidado materno-Infantil com enfoque em Amamentação, Isadora Ribeiro, que também faz parte do quadro de servidores da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), irá ministrar uma palestra e oficina sobre aleitamento materno, neste sábado (21), a partir das 8h, na Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro Pedra 90 – I e II.

Isadora é referência no assunto em Cuiabá e, neste Agosto Dourado, mês de promoção e conscientização sobre a amamentação, tem proferido palestras e oficinas em unidades básicas de saúde da capital. A profissional defende que o aleitamento materno não é algo instintivo, como muitos costumam pensar, mas sim um aprendizado da dupla mãe-bebê e que, para o sucesso dessa prática essencial à vida, é preciso que a mãe seja incentivada e apoiada. Segundo ela, as maiores queixas das pacientes são em relação às interferências de pessoas próximas, como marido, mãe e sogra, que costumam dar palpites e comentários que as desestimulam, justamente no período em que estão mais frágeis emocionalmente.

“Essas mães que estão cuidando das suas filhas agora não tiveram incentivo do aleitamento materno, nem informação. Antigamente, bebê bonito era aquele bebê gordinho, que mamava na mamadeira, que tomava fórmula. Agora, a gente tem que aproveitar que essas coisas estão mudando. A rede de apoio é de extrema importância para deixar aquela mãe amamentar e a rede de apoio cuidar das outras coisas, como limpar a casa, ir no supermercado, cuidar do outro filho, fazer uma massagem naquela mãe, oferecer uma água, um almoço para aquela mãe. Um comentário do tipo: ‘Eu não consegui te amamentar, por que você vai amamentar?!’ Nossa! Isso acaba com aquela mãe, isso é muito triste! E se a mãe não estiver bem emocionalmente, esse leite realmente não vai ser produzido”, comenta Isadora Ribeiro.

Em suas palestras, a enfermeira tira todas as dúvidas apresentadas pelas gestantes e puérperas. Confira algumas delas:

Bico plano

Com relação ao receio que muitas grávidas têm de não conseguirem amamentar pelo fato de terem o bico do seio plano, Isadora explica que é possível sim amamentar dessa forma e que não há necessidade de fazer preparação prévia ao nascimento da criança. “A gente fica muito preocupada com o mamilo, mas o mamilo é somente para saída de leite materno. A gente tem que ensinar essa mãe a fazer com que o bebê abocanhe a aréola pois é ali que vai fazer o estímulo pra produção do leite materno. Ele tem que abocanhar adequadamente”.

Pega correta

Conforme a enfermeira, outro paradigma da amamentação e que nem sempre corresponde à realidade é quanto ao formato boca de “peixinho” que o bebê deveria fazer ao mamar. “Às vezes o bebê está coma boquinha certa, mas não está arredondada, está com a língua estalando. Nós temos que observar se o bebê está engolindo, se o queixo está movimentando. A língua também é de extrema importância porque ela vai pra frente, eleva, vem pra trás e desce e se o bebê tem a língua presa, não vai”.

Freio da língua

A consultora em amamentação afirma que o bebê com freio na língua (língua presa) pode conseguir amamentar, mas pode apresentar dificuldades em algum momento, então, ela indica que seja feito o chamado “pique”, um pequeno corte para soltar a língua, procedimento que pode ser feito por um odontopediatra, pediatra ou fonoaudiólogo.

Hora de ouro

A “hora de ouro” é o nome que se dá à primeira hora de vida do bebê, em que é indicado que ele fique em contato com a mãe, para que seja estimulado a mamar logo ao nascer, o que, conforme estudos, aumenta as chances de sucesso nesse processo. “É de extrema importância que tenha o contato pele a pele porque é incrível! O bebê vai do seu jeitinho na mama e amamenta, essa hora dourada é de extrema importância para o bom desenvolvimento da amamentação”, diz Isadora.

Bicos artificiais

Esse é outro grande desafio para a amamentação porque, conforme Isadora Ribeiro, já é algo cultural oferecer bicos artificiais às crianças, o que prejudica o aleitamento materno. “Os bebês já nascem e já tem vários tipos de chupeta e mamadeira esperando na bolsa da maternidade. Isso pode dar confusão de bico. A amamentação não é intuitiva, ela é um aprendizado. Então, a cada mamada que aquela dupla mãe-bebê faz, eles estão aprendendo a amamentar. Quando a gente introduz uma mamadeira ou uma chupeta, tudo aquilo que o bebê aprendeu, ele desaprende porque é uma coisa nova. O bebê gosta de facilidade, assim como nós gostamos de facilidade. Amamentar para o bebê é trabalhoso porque ele tem que mexer com a cavidade bucal dele, diferente de uma mamadeira que ele só engole”, explica a consultora.

Isadora ressalta ainda que o uso de bicos artificiais pode impactar negativamente na produção do leite materno, que começa a reduzir com o tempo, caso o bebê não faça a sucção do seio da mãe.

+ Acessados

Veja Também