No século IV a.C., o Japão começou a produzir arroz em grande quantidade. O cultivo do cereal foi tamanho a ponto de se tornar um dos principais alimentos consumidos no país até hoje.
Reza a lenda que o sake, bebida originada da fermentação do arroz, tenha nascido por acidente. A primeira fermentação aconteceu, provavelmente, porque um barril foi mal vedado e acabou entrando água nele.
Apesar dessas informações vindas da cultura popular, não se sabe ao certo quando a bebida tradicional foi criada. Existem registros, entretanto, de que sua produção no
Palácio de Nara se deu entre 710 e 792 d.C.
Essa presença entre a nobreza conferiu ao sake um título de bebida nobre. Passou a ser consumido quente e foi sendo refinado até chegar ao formato que conhecemos hoje.
Quando o sake chega ao Brasil?
A imigração japonesa começou no ano de 1908, após os governos brasileiro e japonês firmarem um acordo de amizade.
O Brasil, sobretudo o estado de São Paulo, necessitava de mão de obra para trabalhar nas fazendas de café. O Japão sofria com o alto índice demográfico e a mecanização das lavouras, o que causou desemprego.
A melhor saída foi abrir as portas do Brasil, de modo que os dois países ganhassem. Com isso, o primeiro navio chegou no início do século XX e, junto dele, os costumes e, consequentemente, os alimentos e as bebidas que os japoneses consumiam.
O sake se popularizou muito nas terras tupiniquins e, atualmente, está entre as principais bases alcoólicas para drinks que têm espaço em bares, baladas e festas de família.
Bom, falando tanto sobre sake, deu até vontade de tomar um drink refrescante. Que tal, então, aprender algumas receitas que levam a bebida em sua composição?
Harmonize o sake
Existem diferentes tipos de sake no mercado. Essa variação se deve ao polimento do arroz, que é o processo de eliminação de lipídios e impurezas, e à temperatura de fermentação.
De um lado temos o tipo ginjo, que é encorpado e aromático devido aos 40% de polimento e fermentação a temperaturas baixas. De outro lado temos o daijinjo, mais leve, polido pelo menos em 50% e fermentado a temperaturas ainda menores.
Além desses dois tipos, há também o futsuu-shu, que é o mais comum, com índice de polimento inferior a 30%. O sake também pode ser encontrado na versão com álcool destilado (honjozo) ou sem álcool (junmai).
A versão com álcool destilado é mais seca e delicada, enquanto sem álcool ele fica mais encorpado e ácido.
Todas essas características podem influenciar na hora de harmonizar o sake, sobretudo ao misturá-lo com outros elementos para montar o drink.
Aqui no Brasil, como uma alternativa à caipirinha, tradicionalmente feita de cachaça, foi criada a sakerinha, que geralmente mescla a bebida com frutas.
Mas como a sakerinha já é muito popular, separamos 3 opções para você inovar e aproveitar essa iguaria japonesa.
Sangria de sake
Lembrando a sangria, você tem a opção de preparar um drink com pedaços de frutas. Corte as que forem de sua preferência — como maçã, uvas e abacaxi, por exemplo — em pedaços fáceis de servir, acrescente o sake, o gelo e o açúcar.
Basta deixar as frutas imersas na base alcoólica por um tempo, até que os sabores se fundam. Se quiser, você pode colocar algumas folhinhas de hortelã.
Sake e água tônica
Apesar de ser sempre associada ao gin, a água tônica pode ser uma ótima alternativa para mesclar com o sake.
Uma dica é misturar suco de laranja, rodelas de laranja desidratadas, a tônica, o sake e finalizar com canela em pau.
Refrescante e marcante, você também pode usar a casca da laranja para a decoração.
Dry martini de sake
O sake é tão descomplicado para fazer combinações, que é possível mesclá-lo com outras bases alcoólicas, como o gin.
Misture 150 ml de gin com 25 ml de sake seco (o honjozo).
Acrescente o gelo e coloque a famosa azeitona verde com o palito espetado para decorar.
Aproveite seus bons drinks e experimente também criar suas próprias combinações, com aromáticos, botânicos e o que mais gostar.