Como o mercado de reciclagem é impactado pelo Covid-19

Pixabay

Como o mercado de reciclagem é impactado pelo Covid-19

No Boletim Regional do Banco Central do Brasil, seus especialistas alertam que a pandemia trouxe uma série de incertezas para o mercado. Das atividades primárias aos valores das commodities, o país inteiro sente os impactos das mudanças no comportamento de consumo e das restrições de circulação adotadas em diferentes níveis de região para região.

E um dos setores mais impactados pelo coronavírus é a reciclagem. De acordo com a organização Cataki – iniciativa que conecta catadores autônomos aos geradores de lixo reciclável – esses profissionais são responsáveis por 90% de todo o material que é reciclado no país.

Segundo um estudo científico feito em parceria por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Universidade de Caxias do Sul (USC), se todo o material potencialmente reciclável fosse processado, o Brasil movimentaria R$8 bilhões todos os anos e, diferentemente dos R$ 1,4 bilhão atuais.

Quando adicionamos a pandemia do novo coronavírus às dificuldades do mercado de reciclagem, a situação se agrava ainda mais.

Segundo a pesquisa, o perfil socioeconômico dos catadores é composto na sua maioria por indivíduos que compõe a base do mercado da reciclagem: a maioria chega ao ramo por causa do desemprego, apresentam baixa escolarização e até limitações físicas e sociais que os impedem de exercer outro tipo de trabalho.

Para muitos desses cidadãos brasileiros, a coleta de materiais recicláveis é sua única fonte de renda e de sobrevivência e ela está ainda mais ameaçada com a chegada da covid-19: com lojas e estabelecimentos de serviços não essenciais fechadas, as grandes quantidades de papelão, plásticos, vidros, latas de alumínios sumiram das ruas junto com as pessoas que precisam seguir confinadas para achatar a curva de contágio do vírus.

Além de todos esses agravantes, o manejo inadequado dos resíduos sólidos, sejam eles recicláveis ou não, pode piorar a situação. De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a gestão dos resíduos sólidos é fundamental para combater o novo coronavírus.

Como lidar corretamente com lixo e resíduos durante a pandemia?

Empresas e estabelecimentos comerciais – As empresas que seguem operado com sua capacidade total ou parcial precisam desenvolver um plano de contingência para sua estrutura e segurança dos colaboradores.

Os cuidados com a limpeza, higienização dos ambientes também deve levar em conta as medidas com a segregação, identificação, e descarte dos seus resíduos sólidos, assim como o cuidado no recebimento do material coletado na logística reversa.

As empresas também podem destinar resíduos específicos no mercado sem prejuízos. A premiada startup mineira VG Resíduos desenvolveu uma plataforma que unifica empresas geradoras e tratadores interessados no material. A iniciativa favorece as duas partes e o meio ambiente.

Domicílios – O do Serviço de Limpeza Urbana (SLU) divulgou recomendações a serem seguidas pela população durante a pandemia para proteger os coletores e evitar novas infecções e casos de covid-19.

Caso haja algum infectado na residência, manter todo o lixo bem fechado, de preferência com uma lixeira hermética e retirar o saco para coleta somente no período próximo que o caminhão passar. A entidade também recomenda que seja colocado um aviso de “Lixo Contaminante” nos sacos plásticos. O ideal é reforçar o lixo com um segundo saco.

Não se esquecer de borrifar uma solução de 50 ml (cinco colheres de sopa) de água sanitária em solução diluída em um litro de água no interior de saco de lixo e na parte de fora quando fechá-lo para coleta.

Nas residências onde todos estão sem sintomas de covid-19, aplicar os cuidados de higiene básicos como amarrar bens os sacos de lixo e lavar as mãos com sabão ou desinfetá-las com álcool em gel antes e depois de levá-los para o local da coleta.

+ Acessados

Veja Também